Consumindo a física na escola básica: a sociedade do espetáculo e as novas propostas curriculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pugliese, Renato Marcon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-31052012-103258/
Resumo: A presente dissertação descreve uma análise do conteúdo didático de física e da implementação de duas propostas pedagógicas sob a ótica do conceito de Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord. As propostas estudadas estão presentes na rede estadual de educação básica de São Paulo e são: i. São Paulo Faz Escola - Nova proposta curricular do Governo do Estado de São Paulo e; ii. Plano Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio - PNLEM 2007. Ambas as propostas foram implementadas durante o biênio 2008-2009 na unidade escolar investigada, no que diz respeito particularmente à disciplina de física. O conceito de espetáculo foi utilizado para contrapor os modelos de ensino autoritário, liberal ou libertador, visto que se apresenta como uma boa ferramenta para estudo da construção e da implementação dessas propostas curriculares, onde o autoritarismo aparece implícito através da publicidade e da propaganda. A escola, o governo e outras instituições participantes da implementação das novas propostas, como as editoras, apresentam caráter espetacular em diversos processos, atos e discursos que as envolvem, o que permite essa interpretação. Quando é analisado o conteúdo de física destas propostas e suas implementações, entendendo a física como cultura e, portanto, parte integrante da estrutura social atual, encontramos a negação do diálogo - crítico e consciente, como afirma Paulo Freire - e um constante autoritarismo conceitual. No entanto, sua divulgação oficial e veiculação midiática é repleta de afirmações da presença do diálogo e de ações colaborativas, o que demonstra a presença do espetáculo. São processos que se auto afirmam dialógicos, mas que cotidianamente se mostram autoritários. É a lógica da Sociedade do Espetáculo, que parece ter uma possível saída políticopedagógica a partir da valorização do diálogo consciente entre homem-mundo, homemhomem e homem-mundo-homem, o qual possui especial dedicação pelo trabalho do educador Paulo Freire.