Estar infectada com papilomavírus humano: vivências das mulheres e necessidades de cuidado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cestari, Maria Elisa Wotzasek
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-22112010-154627/
Resumo: O Papilomavírus humano (HPV) é um vírus, sexualmente transmissível, com potencialidade carcinogênica para a cérvice uterina, o que torna a infecção de mulheres pelo HPV um problema de saúde pública. Conhecer as necessidades de cuidado de mulheres infectadas pelo HPV inclui também saber suas experiências vividas durante o processo de infecção. A prevenção de doenças e a promoção de saúde ainda estão determinadas por concepções tradicionais da prática médica. É necessário pensar em um cuidado que vá além das necessidades físicas, emocionais e sociais que considere o sujeito com base em seu modo de ser no mundo e que valorize suas experiências, juntamente com suas crenças e valores. O objetivo deste estudo foi compreender a vivência das mulheres infectadas pelo HPV e conhecer quais são suas necessidades de cuidado. Tratou-se de um estudo qualitativo, com referencial da Fenomenologia existencial de Martim Heidegger. Os sujeitos foram 14 mulheres que tinham recebido o diagnóstico de HPV. As questões norteadoras foram: Como é para você estar com HPV? Conte-me sua experiência desde que soube do diagnóstico até hoje. Como está sendo a assistência que você tem recebido? Como resultado, emergiram quatro unidades temáticas: ser-aí mulher com HPV; ser-com nas relações; buscando o cuidado como solicitude e o caminho de transcendência da mulher com HPV. O referencial utilizado possibilitou melhor apreensão dos significados de estar com HPV, assim como o compartilhamento da vivência dessas mulheres em seu cotidiano. Constatou-se a necessidade de implementar ações de promoção e prevenção à saúde, que devem ser executadas por profissionais capacitados e com um perfil adequado para atenção à mulher. As mulheres devem ser encorajadas a demonstrarem suas próprias necessidades de cuidado, e as questões culturais e de gênero devem ser consideradas. É preciso que os profissionais da área da saúde avancem no cuidado com as mulheres infectadas pelo HPV, superando o trabalho restrito à racionalidade das ciências biomédicas. A informação sobre o HPV deve ser compartilhada pelas mulheres, respeitando-se suas necessidades e seu nível de compreensão. É necessário um cuidado mais efetivo e afetivo, no qual as mulheres infectadas pelo HPV exerçam um papel ativo no processo do cuidado e as interações sejam verdadeiras.