Fisiografia, solos e suas relações em três colinas da Serra “Cordillerita”, Paraguai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Burgos Sosa, Sergio Maurino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-142011/
Resumo: Este trabalho de investigação tem como objetivo principal encontrar as relações que possam existir entre a fisiografia e os solos da Serra de “Cordillerita”, Paraguai, para a qual se realizou um mapeamento das principais unidades fisiográficas, com base na interpretação de fotos aéreas pancromáticas em escala 1:75.000 do ano de 1994 e viagens de reconhecimento de campo. Das oito unidades fisiográficas delimitadas foram escolhidas três colinas com diferentes formas do perfil topográfico: colinas convexas; colinas convexo-côncavas e colinas convexo-côncavo-convexas, onde foram descritos 15 solos distribuídos em 4 toposeqüências com diferentes orientações e localizados nos principais segmentos do relevo identificáveis na fotointerpretação. Coletaram-se dos horizontes de solos amostras deformadas e indeformadas para serem efetuadas as seguintes análises: análises micromorfologicas em lâminas delgadas, análises físicas e químicas, análises mineralógicas em aparelho de raios-X e fluorescência do raio-X. Todos os solos estudados originaram-se a partir do arenito arcosiano “Cerro hu” do Grupo “Ca’acupe” depositado por um processo transgressivo do mar no período Ordoviciano/Siluriano, do qual foram herdadas algumas características importantes como a textura e a mineralogia da fração argila, sendo os principais minerais primários o quartzo, o feldspato e a mica os precursores dos minerais secundários identificados nos solos, principalmente caulinita, vermiculita e mica em ordem decrescente, dependendo da posição topográfica e da unidade fisiográfica estudada. Outras rochas contendo minerais ricos em ferro em suas estruturas, mas hoje ausentes na área de estudo, contribuíram indiretamente na gênese do horizonte petroplíntico presente na maioria dos solos estudados. O relevo da Serra de “Cordillerita” originou-se por processos tectônicos e evoluiu sob a influência de processos geomórficos (erosão, rastejamento, desmoronamento) relacionados a um clima quente e úmido, dado que as colinas encontram-se escalonadas e têm formas predominantemente convexas. A gênese dos solos está relacionada diretamente com a posição topográfica e com a forma do relevo, encontrando-se os solos mais desenvolvidos nas posições mais estáveis da paisagem e tendo alguns atributos dos solos variado em função das formas topográficas. Solos fracamente desenvolvidos ocupam as cimeiras das diferentes colinas, principalmente regossolos pouco profundos, enquanto que solos moderadamente desenvolvidos, como os Cambissolos estão relacionados as quebras convexas do relevo e ocorrência de horizontes petroplínticos formados por influência do lençol freático temporário a nível do limite entre o solum e a alterita. Os solos melhor desenvolvidos como os podzólicos e latossolos ocupam posições mais estáveis das vertentes principalmente os topos mais largos e os declives suaves a moderados das encostas e dos sopés. Os principais processos geomórficos observados são: erosão, transporte e sedimentação de materiais de solos e de soluções, movimentos de massas lentos (rastejamento) e rápidos (desmoronamento) e fluxo lateral da água subsuperfícial, os quais interagem com os processos pedogenéticos de acúmulo e humificação da matéria orgânica, translocação de argilominerais, intemperismo dos minerais primários, reorganização do plasma, síntese de minerais secundários, ferrólisis e transformações dos minerais de ferro.