Mudanças morfofisiológicas sazonais durante o ciclo reprodutivo da prejereba (Lobotes surinamensis BLOCH 1970) (Perciformes: Lobotidae) em ambiente natural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fagundes, Kainã Rocha Cabrera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-02082019-105328/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo estudar a morfologia e fisiologia reprodutiva de Lobotes surinamensis em ambiente natural, reunindo informações que permitam trabalhos aplicados na produção e conservação desta espécie. Machos e fêmeas adultos foram coletados na Baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro durante a primavera (outubro-novembro-dezembro), verão (janeiro-fevereiro-março), outono (abril-maio-junho) e inverno (julho-agosto-setembro). Os perfis plasmáticos dos esteroides gonadais, 17β-estradiol (E2), 17-hidroxiprogesterona (17-OHP) e 11-cetotestosterona (11-KT) foram analisados em fêmeas, e a concentração de testosterona (T) e 11-KT nos machos. Análises histológicas das gônadas foram realizadas como uma ferramenta para avaliação morfológica, que foi corroborada com os dados fisiológicos, durante o ciclo reprodutivo. Foram analisadas ainda a expressão gênica hipofisária do fshβ e lhβ e a fecundidade relativa pelo número de oócitos desenvolvidos. Durante a primavera e verão, as fêmeas estavam com os ovários desenvolvidos e capazes de desovar, com oócitos vitelogênicos e desenvolvidos, e membrana radiata bem evidente. No outono e inverno, as fêmeas estavam se preparando para o período reprodutivo, com predomínio de ninhos de oogônias e oócitos perinucleolares de uma forma geral. A concentração plasmática de E2 se manteve elevada nas fêmeas durante a primavera em relação ao verão e outono/inverno. O perfil anual deste esteroide nas fêmeas de L. surinamensis pode ser relacionado com o grau de desenvolvimento do folículo ovariano, observado na histologia. Já a concentração plasmática de 11-KT foi inversa ao observado para o E2, com baixa concentração na primavera e tendência à elevação no inverno, corroborando com o papel da 11-KT no crescimento primário dos oócitos. A concentração plasmática de 17-OHP nas fêmeas não apresentou diferenças significativas entre as estações, o que sugere que este não seja o progestágeno ativo em teleósteos, mas sim o precursor do esteroide indutor da maturação final (MIS). Na primavera e no verão, o lhβ apresentou expressão maior do que no período outono/inverno em fêmeas, enquanto o fshβ se manteve com níveis de expressão constante durante todas as estações. Nos machos, a análise histológica dos testículos, mostrou que na primavera e no verão, os ductos espermáticos estavam preenchidos com espermatozoides, evidenciando o período de espermiação, já no período outono/inverno houve predominância de cistos de espermatogônias e as células em diferentes estágios de desenvolvimento, o que corresponde a uma fase de maturação inicial, ou seja, preparação para o período reprodutivo. A concentração plasmática de T nos machos se manteve estável ao longo das estações, já a concentração plasmática de 11-KT foi mais elevada na primavera quando comparada ao período outono/inverno. Na primavera e verão, a expressão de lhβ foi mais elevada que no período outono/inverno, enquanto de forma similar às fêmeas, os níveis de expressão de fshβ não se alteraram ao longo das estações. As análises de expressão destas gonadotropinas, associadas à concentração dos esteroides gonadais e à morfologia gonadal deixou evidente que o pico do período reprodutivo de L. surinamensis ocorre na primavera, estendendo-se até o verão