Avaliação in vitro da interação do hormônio tireoideano com o sistema nervoso simpático, via receptores alfa 2 adrenpérgicos, no tecido ósseo e em osteoblastos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Lais Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-30032022-145028/
Resumo: Estudos prévios do nosso grupo revelaram que há uma interação entre o hormônio tireoideano (HT) e o sistema nervoso simpático (SNS) para regular a massa óssea de camundongos, envolvendo a via dos adrenoceptores 2. O objetivo deste estudo foi avaliar se o adrenoceptor 2C (2C-AR) medeia ações diretas do SNS no tecido ósseo e, mais especificamente, em osteoblastos; além de avaliar se o HT interage com a via de sinalização do 2C-AR localmente no osso e nos osteoblastos para regular o crescimento, diferenciação e atividade dessas células. Para tanto, realizamos estudos in vitro utilizando culturas de órgãos de tíbia e fêmur e culturas primárias de osteoblastos derivados de camundongos selvagens (Selv) e com knockout do 2C-AR (2C-AR-/- ). As culturas foram tratadas com UK (10-5 M), um agonista 2 adrenérgico; com T3, em dose suprafisiológica (10-8 M); ou com a combinação de ambos (T3+UK). Nos fêmures e tíbias (culturas de órgãos) provenientes de camundongos Selv e KO, o T3 promoveu aumentos significativos na expressão gênica da osteocalcina (Ocn), a proteína não colágena mais abundante da matriz óssea e um importante marcador da diferenciação osteoblástica. Entretanto, esse efeito não foi observado nas culturas tratadas com T3+UK, indicando que a ativação dos receptores 2 adrenérgicos pelo UK bloqueou o efeito positivo do T3 sobre a expressão da Ocn. O T3 tendeu a reduzir a expressão da osteoprotegerina (OPG), um potente agente anti-osteoclastogênico, nas culturas de órgãos Selv, enquanto que reduziu significativamente a expressão da OPG nas culturas KO. O UK reduziu significativamente a expressão da OPG nos ossos Selv e 2C-AR-/- , sendo que esse efeito foi mais relevante nos ossos KO. Nas culturas primárias de osteoblastos, o T3 diminuiu o crescimento das células Selv e KO, sendo de maneira mais intensa nestas últimas. O UK também diminuiu o crescimento celular nos osteoblastos Selv e KO, entretanto, o seu efeito também foi mais potente nas células 2C-AR-/- . O efeito inibitório do UK sobre o crescimento celular foi mais relevante do que o do T3, especialmente nas culturas 2C-AR-/-. Além disso, o T3 intensificou o efeito negativo do UK e vice-versa sobre o crescimento das células 2C-AR-/-. Nas culturas primárias de osteoblastos Selv e KO, o T3 induziu e o UK inibiu a formação de nódulos de mineralização. Além disso, o UK bloqueou o efeito positivo do T3 sobre a formação desses nódulos. Corroborando o que foi observado nas culturas de órgãos, o T3 estimulou a expressão da Ocn, enquanto que o UK bloqueou esse efeito positivo do T3 nas culturas primárias de osteoblastos Selv e KO. O T3 ou UK reduziu a expressão da OPG nas células Selv e KO. Em conjunto, esses achados sugerem que o SNS tem ações diretas e osteopênicas no tecido ósseo e, mais especificamente, nos osteoblastos, mediadas por receptores 2 adrenérgicos. Além disso, esses achados suportam a hipótese de que há uma interação entre a via de sinalização dos receptores 2 adrenérgicos com a via de sinalização do T3 em osteoblastos para regular o crescimento celular e diferenciação dessas células