Associação entre alimentação, ansiedade, depressão e estado nutricional: efeitos sobre absenteísmo e despesas em saúde entre indivíduos adultos residentes no município de São Paulo (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Hypólito, Thais Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-24062021-193148/
Resumo: INTRODUÇÃO: O sobrepeso e a obesidade são situações marcadas pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo importante fator de risco para saúde mental dos indivíduos, assim como morbidade e mortalidade por doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT). Ansiedade e depressão têm sido condições psicológicas comumente associadas ao sobrepeso e à obesidade. Evidências recentes apontam para efeitos da qualidade da dieta e alguns dos componentes específicos da alimentação sobre sobrepeso, obesidade e saúde mental dos indivíduos. O acúmulo de múltiplas morbidades resulta em agravamento da situação de saúde do indivíduo, gerando ocorrência de diversas comorbidades, perda de qualidade de vida e absenteísmo nas atividades rotineiras, que resultam em elevação dos gastos com saúde que oneram o indivíduo, a sociedade e o sistema de saúde. OBJETIVO: Avaliar associação entre excesso de peso, depressão, ansiedade e dieta e sua relação com absenteísmo e gastos em saúde entre indivíduos adultos residentes no município de São Paulo entre 2003 e 2015. METODOLOGIA: A associação entre excesso de peso, depressão, ansiedade e dieta em relação ao absenteísmo e aos gastos em saúde foi avaliada a partir da análise de dados de 1.976 indivíduos adultos, entrevistados na pesquisa domiciliar Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital), conduzida nos anos de 2003, 2008 e 2015. Sobrepeso e obesidade foram estimados a partir do Índice de Massa Corporal, utilizando-se classificação da Organização Mundial da Saúde. Ansiedade e depressão foram identificadas por meio de questões específicas na seção de doenças autorreferidas pelos indivíduos. Perdas produtivas foram identificadas em termos de absenteísmo em atividades rotineiras por motivos de saúde especificamente vinculados às morbidades em avaliação. A qualidade da dieta foi avaliada por meio de aplicação do Índice de Qualidade da Dieta - Revisado (IQD-R), obtido a partir da análise de dados de consumo alimentar via recordatório 24 horas. Variáveis de controle relativas a demais características pessoais, domiciliares e socioeconômicas foram inseridas na análise, incluindo fatores de risco modificáveis (atividade física, consumo de álcool e tabagismo), deficiências físicas e autoavaliação do estado de saúde. RESULTADOS: A prevalência de depressão aumentou 67,8% no período avaliado e a ocorrência de ansiedade teve elevação de 0,89% em 2003 para 11,11% em 2015. A prevalência de excesso de peso aumentou 51,38%, atingindo 72,89% dos indivíduos no ano de 2015. A prevalência de absenteísmo por motivo de saúde aumentou 77,7% entre 2008 e 2015. A ingestão de vitamina B6 demonstrou associação negativa em relação à depressão, enquanto a obesidade e o alto consumo de gorduras, álcool e açúcar de adição aumentaram quase três e quatro vezes, respectivamente, a chance de depressão. Ocorrência de transtornos psicológicos e presença de ao menos uma doença crônica apresentaram associação positiva com absenteísmo. Maior IQD-R, idade, possuir religião e atingir recomendação de prática de atividade física no lazer foram negativamente associados ao absenteísmo. Excesso de peso, ocorrência de transtornos psicológicos, presença de ao menos uma doença crônica e renda foram fatores positivamente associados aos gastos com saúde. Por outro lado, a cor da pele autorreferida e IQD-R foram fatores associados à redução de gastos em saúde. CONCLUSÃO: Os achados do presente estudo buscaram auxiliar na identificação de fatores de risco e proteção para condição de transtornos psicológicos associados ao sobrepeso e à obesidade, resultando em co-ocorrência de múltiplas morbidades com pior prognóstico ao indivíduo. As evidências contribuem para melhorias na elaboração e implementação de estratégias de políticas públicas para refrear avanços da prevalência de sobrepeso e obesidade, buscando reduzir risco para ocorrência de DCNT na população do município de São Paulo.