Prática de inclusão na universidade: representações de professores e estudantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pereira, Waléria Furtado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01122011-152437/
Resumo: Com o objetivo de responder como as representações de professores e de estudantes influenciam na inserção de uma política de ação afirmativa, esta investigação levantou e discutiu os conflitos e enfrentamentos que ocorreram durante o processo de implantação de um Programa de Bônus numa universidade pública; em especial, a origem desses conflitos e dos saberes utilizados no seu enfrentamento, assim como o impacto dessa política sobre os professores e estudantes. Discutiu, ainda, como a universidade tem se transformado para receber os estudantes ingressantes por meio dessa política, com o objetivo de identificar a presença de racismo, preconceito e discriminação no interior da universidade e de ações que procuram superá-los, de modo a preparar futuros professores para lidar com as diferenças e acolher o diverso em qualquer situação. Utilizou-se, como referências principais, Bourdieu: que permite analisar as estratégias utilizadas por professores e estudantes na convivência diária, em função de seus habitus; e Tardif: que possibilita compreender como a prática cotidiana e os saberes experienciais que sustentam o ensino e são, a um só tempo, existenciais, sociais e pragmáticos se sintetizam na prática profissional do professor, refletindo as relações sociais que se deram ao longo de sua vida, como também o capital social e cultural que carrega como bagagem. Partiu de uma pesquisa bibliográfica relacionada à ação afirmativa e ao sistema de cotas e continuou com uma investigação de campo em uma universidade de Minas Gerais que implantou um Programa de Bônus, analisando tal processo de implantação a partir da representação de professores e estudantes. A pesquisa, de cunho qualitativo, envolveu coleta de uma variedade de materiais empíricos e o uso de práticas interpretativas para melhor compreensão do objeto, supondo tais práticas como uma interpretação do mundo, que a transforma em uma série de representações e discute a obra construída a partir de tais representações. Teve como recorte o curso de Pedagogia, pelo entendimento de que a discussão sobre preconceito, tolerância e discriminação no convívio com o diferente deve começar na formação de futuros professores. Conclui-se que professores e estudantes pesquisados são favoráveis ao bônus, mas não percebem um grande impacto que tenha significado uma mudança substancial; ainda veem a universidade como essencialmente branca, com uma pequena presença de diversidade. Já em relação ao acolhimento dos novos estudantes, não foi possível perceber ações específicas e tal ausência parecem infligir dificuldades e sofrimento a eles. Os professores que formam futuros professores tendem a não se imiscuir na temática, discutindo e refletindo pouco entre si. Foi possível identificar práticas discriminatórias, de cunho racista e preconceituosas, como também um grande silêncio em torno da temática. Quanto aos saberes, parecem não estar plenamente concebidos, sendo possível perceber que, nesse ambiente acadêmico, sobressaem mais dúvidas que respostas. Docentes e estudantes, entre acertos e erros, parecem buscar caminhos de como acolher o diverso, de como formar professores para a tolerância.