Estimativa da ingestão de compostos bioativos pela população Brasileira 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carnauba, Renata Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9132/tde-25062021-152136/
Resumo: Introdução: Estudos epidemiológicos mostram associações inversas entre a ingestão de compostos bioativos e o risco de doenças crônicas. No entanto, a escassez de informações sobre a ingestão em nível populacional, especialmente em países na América Latina, tem limitado o avanço nas pesquisas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo estimar a ingestão de carotenoides, compostos fenólicos e glicosinolatos pela população Brasileira. Metodologia: Foram utilizados dados de consumo alimentar individual de 34.003 indivíduos com idade >=10 anos incluídos na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. As informações foram obtidas a partir de dois registros alimentares de 24 horas, e as receitas dos alimentos preparados foram desmembradas. O conteúdo de carotenoides, compostos fenólicos e glicosinolatos nos alimentos foi obtido por meio de bases de dados e publicações. Os resultados são apresentados em mediana e intervalo interquartil, e o teste Kruskal-Wallis foi utilizado para testar a diferenças segundo características sociodemográficas. Os principais contribuintes alimentares para a ingestão de carotenoides, compostos fenólicos e glicosinolatos foram determinados por porcentagem de contribuição. As estimativas foram calculadas utilizando fatores de expansão da amostra para garantir a representatividade da população, com nível de significância de 5% (p<=0,05). Os dados foram analisados utilizando o software Stata (versão 14). Resultados: A ingestão de compostos fenólicos totais foi de 204 mg/dia. A classe mais consumida foi a dos ácidos fenólicos (83,2mg/dia), seguida dos flavonoides (64 mg/dia). O café, o suco de laranja e a laranja foram os três principais contribuintes para a ingestão de compostos fenólicos totais. Com relação aos carotenoides, o licopeno e o &#946;-caroteno foram as classes mais consumidas (619,6 e 451,2 mcg/dia, respectivamente), contribuindo de forma importante para a ingestão de carotenoides totais, que foi de 1782,2 mcg/dia. A abóbora, o tomate e a couve foram os maiores contribuintes alimentare para o consumo de carotenoides. Por fim, devido à presença de glicosinolatos em um reduzido número de alimentos, a ingestão desse grupo apresentou-se muito baixa, com valores medianos iguais à zero para todas as estratificações calculadas. Conclusão: O presente estudo fornece, pela primeira vez, dados de ingestão dos principais compostos bioativos, cujas medianas são inferiores às encontradas em outras populações. Os resultados encontrados facilitarão a investigação dos efeitos à saúde desses compostos, contribuindo para futuras recomendações de ingestão.