Atitudes de estudantes universitários de nutrição em relação aos indivíduos obesos e à obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Obara, Angelica Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-07102015-130804/
Resumo: Introdução - Dentre as consequências da obesidade, estão questões psicológicas e sociais como o preconceito e a discriminação social, que trazem implicações negativas para a saúde do indivíduo obeso. As atitudes de profissionais da saúde em relação à obesidade podem ser influenciadas por visões negativas sobre os indivíduos obesos e as causas que o levaram a obesidade e podem influenciar a conduta profissional. Objetivo - Avaliar a existência de atitudes negativas em relação aos indivíduos obesos entre estudantes universitários de nutrição. Métodos - Estudo transversal descritivo, no qual estudantes de nutrição responderam instrumentos on-line no site do projeto Estudo de Saúde de Nutricionistas (NutriHS): a) avaliação sociodemográfica e do estado nutricional; b) escala de silhuetas brasileiras para avaliação de satisfação e percepção corporal; c) fatores de desenvolvimento da obesidade; d) Antifat Attitudes Test (AFAT) - adaptado transculturalmente para este estudo; e) avaliação da conduta terapêutica em relação ao paciente obeso. A frequência de resposta para os fatores de desenvolvimento da obesidade foi analisada, e seu escore comparado com a pontuação na AFAT total e subescalas, percepção e insatisfação corporal e Índice de Massa Corpórea (IMC) utilizando o coeficiente de correlação de Pearson. Escores na AFAT (total e subescalas) foram comparados entre os sexos, e associações entre os mesmos foram avaliadas com relação às variáveis sociodemográficas e de caracterização da amostra. Análises de regressão linear simples e múltipla foram utilizadas para avaliar a relação entre as características da amostra e as atitudes dos estudantes de nutrição. A comparação das respostas dos estudantes com relação à conduta terapêutica em relação ao paciente obeso foi conduzida por meio do Teste de Kruskal Wallis, seguido de Teste de Comparações Múltiplas das Médias 3 das Ordens. Resultados Participaram do estudo 335 alunos de nutrição (idade média 23 anos) de universidade/faculdades diversas, principalmente do 1º ano de graduação (40 por cento ), sexo feminino (94 por cento ), solteiros (87 por cento ), e com renda familiar entre 1 e 5 salários mínimos (62 por cento ). Houve elevado índice de insatisfação corporal - 54 por cento das mulheres 58 por cento dos homens - e percepção corporal alterada especialmente entre as mulheres (71 por cento ). Os principais fatores determinantes da obesidade listados foram: 1) Inatividade física; 2) Comer uma quantidade maior do que a necessária; 3) Alterações metabólico-hormonais; 4) Vício/dependência em comida; 5) Comer alimentos inadequados. A pontuação na AFAT total foi associada positivamente a idade e ao sexo masculino e negativamente ao IMC e o ano de graduação. As condutas terapêuticas dos estudantes foram influenciadas pelo peso do paciente hipotético e revelaram a presença de preconceito. Conclusões A respostas aos determinantes da obesidade demonstraram que os estudantes possuem crenças em fatores estigmatizadores do indivíduo obeso. As atitudes mais negativas em relação à obesidade foram encontradas para os homens e os estudantes mais velhos. E pode-se confirmar que o peso de um paciente hipotético influencia a conduta terapêutica sugerida pelo estudante, com atitudes negativas para com o indivíduo obeso. Os resultados indicam, portanto, que estes estudantes de nutrição atribuem causas comportamentais para a obesidade, pautam possível conduta terapêutica pelo peso do indivíduo (mesmo que a questão de saúde colocada não tenha relação direta com estado nutricional) e apresentam atitudes negativas e preconceito em relação aos indivíduos obesos.