Padrões de estocagem de esperma e variações cíclicas ovidutais em serpentes Xenodontinae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rojas, Claudio Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-10122013-112759/
Resumo: Os padrões de estocagem de esperma e as variações morfológicas cíclicas do trato reprodutivo feminino constituem táticas reprodutivas muito pouco estudadas em serpentes neotropicais, se comparadas às serpentes de regiões temperadas. Assim, o presente estudo teve por objetivo caracterizar e compreender as estratégias reprodutivas empregadas por fêmeas de quatro espécies de serpentes brasileiras da subfamília Xenodontinae. Amostras de gônadas e vias genitais foram coletadas em diferentes estações do ano e relacionadas aos estágios reprodutivos da fêmea. Os resultados indicaram que as serpentes estudadas possuem dois locais de estocagem de esperma distribuídos no infundíbulo posterior e na junção útero-vaginal. Liophis miliaris, Oxyrhopus guibei e Philodryas patagoniensis apresentaram estocagem por meio de glândulas túbulo-alveolares ramificadas e glândulas tubulares ciliadas no infundíbulo posterior. Das quatro espécies estudadas, apenas Tomodon dorsatus e P. patagoniensis apresentaram grupos de espermatozóides armazenados nos sulcos da junção útero-vaginal. No entanto, unicamente P. patagoniensis parece ter a capacidade de produzir várias ninhadas com esperma estocado proveniente dessa região. Em ambos os locais de estocagem as células secretoras aumentaram a produção de carboidratos neutros na presença de esperma, o que sugere um processo de nutrição. Em fêmeas vitelogênicas o aumento da atividade secretora do epitélio ovidutal com produção de vacúolos eletrodensos parece estar sobre controle hormonal. Durante o ciclo reprodutivo as glândulas uterinas de espécies ovíparas e vivíparas também mostraram um aumento da secreção em fêmeas vitelogênicas. No entanto, as glândulas uterinas das espécies ovíparas apresentaram uma maior atividade do retículo endoplasmático rugoso, o que indicou produção de proteínas para formação da membrana da casca. O ciclo reprodutivo e a época de acasalamento variaram entre as populações das diferentes espécies. Em L. miliaris, O. guibei e P. patagoniensis essas variações estiveram ligadas a mudanças na temperatura e pluviosidade, já T. dorsatus não apresentou variações no ciclo reprodutivo, provavelmente influenciada pela inércia filogenética.