Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Giacon, Bianca Cristina Ciccone |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-07102009-155954/
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Resumo: |
A esquizofrenia é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade, causando grande sofrimento para o doente e sua família. Quando ocorre o primeiro episódio da doença, geralmente no final da adolescência, a família vive uma situação de estresse que desorganiza todo o grupo. A vida familiar é interrompida e a trajetória de vida pode ser modificada. Nos primeiros cinco anos de convivência com a doença mental, a família procura ajustar-se à nova situação. O objetivo deste trabalho foi identificar a trajetória de famílias nos primeiros cinco anos de convivência com a doença mental, descrevendo e interpretando o processo de ajustamento. O referencial teórico metodológico utilizado neste trabalho baseouse no Interacionismo Simbólico, na Abordagem Sistêmica da Família e na Teoria da Trajetória de vida. Foram entrevistados, no total, 23 familiares de 21 portadores de esquizofrenia, diagnosticados no máximo há cinco anos, que aceitaram a proposta de contar a história familiar após o adoecimento. A coleta de dados foi conduzida por uma entrevista com cada família. Os participantes foram esclarecidos quanto ao objetivo do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram realizadas 11 entrevistas no Núcleo de Saúde Mental do Centro de Saúde Escola e dez entrevistas no Ambulatório de Retorno da Enfermaria de Psiquiatria do HCRP, ambos os serviços da FMRP-USP. Elas foram gravadas em fita K7 e transcritas. O projeto foi encaminhado e aceito pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCRP-FMRP-USP. A análise das entrevistas foi realizada na proposta do método da Teoria fundamentada nos dados e visou determinar uma linha do tempo que permitiu descrever o processo de ajustamento, que pode ser descrito em três fases: percebendo a mudança, diagnóstico e início do tratamento e seguindo em frente. Quando o doente começa a apresentar mudanças de comportamento, como sinais e sintomas psicóticos, a família percebe que algo está errado, mas não tem a preocupação em procurar o serviço de saúde. Ela justifica como atitudes do processo de transição da fase infantil para a adulta. Após o primeiro episódio psicótico, ocorre um choque em todo o núcleo familiar. Sentimentos intensos são vivenciados. Após o estabelecimento do diagnóstico e o inicio do tratamento, ocorre uma melhora e a família vivencia sentimentos de esperança e medo. Esperança que o doente melhore e medo de uma nova crise como a vivenciada na fase anterior. Após os cinco primeiros anos a família segue em frente estimulando a independência e autonomia de seu doente e vigiando seus comportamentos. Concluímos, portanto, que todas as fases apresentadas neste projeto são ricas e podem ser mais exploradas. A confusão entre os sintomas iniciais do adoecimento e as características da adolescência, a dificuldade do diagnostico e o pouco apoio do sistema de saúde nos primeiros cinco anos. Talvez um apoio contínuo e educativo desde o inicio da doença diminua o impacto na família, suas transformações sejam mais amenas e ela consiga, assim, proporcionar se tornar um ambiente de qualidade para seus membros e seu doente. |