Conservação de aves de sub-bosque em paisagens fragmentadas: Importância da cobertura e da configuração do hábitat

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Martensen, Alexandre Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-26092008-133514/
Resumo: A quantidade de habitat remanescente, a conectividade e o tamanho dos fragmentos são sugeridos como determinantes para a manutenção de espécies em paisagens fragmentadas, e dessa maneira é essencial entendermos e modelarmos tais relações para o embasamento de políticas de conservação. Para analisarmos tais efeitos na riqueza e abundância de aves de sub-bosque e na abundância de 29 espécies de aves da Mata Atlântica, construímos modelos com variáveis representando o tamanho do fragmento e graus diversos de conectividade funcional em três paisagens com diferentes proporções de habitat (14, 31 e 45% de habitat). Posteriormente, confrontamos tais modelos com dados provenientes de amostragens com redes de neblina (4.818 indivíduos) com um esforço amostral total de quase 34.000 horas-rede em 53 fragmentos de diferentes tamanhos (2 a 159 ha) e graus de conectividades (considerando conexões por corredor ou por curtas distâncias pela matriz). Em seguida, hierarquizamos tais modelos através do critério de Informação de Akaike. Um total de 117 espécies foi capturado, e a paisagem com maior riqueza foi aquela de maior proporção de mata (87), enquanto as outras duas apresentaram riquezas semelhantes e menores (62 e 70), o que sugere um limiar de habitat entre 32 e 44% para a perda de um grande número de espécies. Além disso, os aspectos de configuração foram importantes em todas as paisagens, contudo, diferentes características foram relevantes em cada um dos casos. Enquanto na paisagem com menor proporção de habitat o tamanho dos fragmentos foi extremamente influente na determinação da riqueza e da abundância de espécies, os aspectos relacionados à conectividade foram mais importantes nas paisagens com 31 e 45% de proporção de habitat. Dentre as variáveis de conectividade, as que representam conectividade por corredores foram particularmente importantes, seguidas pelas de pequenos cruzamentos pela matriz (20 m). Modelos que levaram em consideração cruzamentos de 40 m pela matriz foram bem menos plausíveis que os demais. Os modelos para abundância das 29 espécies também resultaram em um padrão similar ao observado para a comunidade. No entanto, a importância relativa do tamanho do fragmento e da conectividade mudou em função da proporção de habitat, de acordo com a espécie abordada. Os resultados aqui apresentados são importantes para o embasamento de políticas de manejo para a conservação, e ressaltam a influência relativa das variáveis de configuração ao longo do gradiente de quantidade de hábitat, e devem ser consideradas quando na seleção de áreas para conservação, restauração ou qualquer forma de manejo voltado para a conservação.