Avaliação da dor neuropática e das funções motora e somato-sensitiva após o transplante de células tronco em modelo de lesão da medula espinal em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Chary Ely Martin Marquez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-07022019-150826/
Resumo: A dor neuropática após lesão da medula espinal é uma condição complexa que responde mal aos tratamentos convencionais. O transplante de células representa uma terapia promissora; no entanto, o tipo de célula ideal em termos de potencial neurogênico e eficácia contra a dor permanecem controversos. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade de células tronco neurais fetais (CTNf) em aliviar a dor crônica e, secundariamente, avaliar os efeitos na recuperação motora. Com este propósito, inicialmente foi realizado um piloto para definir o melhor modelo animal, no qual ratos Wistar foram submetidos à lesão medular traumática de intensidade leve ou moderada (altura do pêndulo 12,5mm e 25mm, respectivamente) utilizando o NYU Impactor. Os resultados indicaram que a lesão medular de intensidade moderada é um bom modelo para o estudo da dor neuropática central, pois, além de apresentar um déficit motor e um quadro álgico mais acentuado que os animais submetidos à lesão leve, os animais se mantiveram estáveis ao longo do estudo. Ademais, alterações sensoriais foram observadas desde os primeiros dias após a lesão e permaneceram por pelo menos oito semanas, viabilizando o objetivo do trabalho. Em vista do resultado do piloto, ratos Wistar foram submetidos à lesão medular de intensidade moderada; sete dias após a lesão medular iniciou-se a imunossupressão com ciclosporina, e dez dias após a lesão os animais receberam injeções intra-espinais de meio de cultivo (grupo sham) ou de CTNf extraídas das vesículas telencefálicas (grupo VT) ou da região ponto-bulbar ventral (grupo BV) de embriões E14 da mesma espécie. As avaliações sensitivas e motoras foram realizadas durante oito semanas. Posteriormente, as medulas espinais foram processadas para imunofluorescência e as CTNf transplantadas foram quantificadas por estereologia. Os resultados mostraram uma melhora da hiperalgesia térmica no grupo VT após a quinta semana de transplante (p < 0,001) e no grupo BV após a quarta semana (p < 0,001). Além disso, a alodínia mecânica melhorou nos grupos VT e BV na 8ª semana (VT p < 0,05 e BV p < 0,01 comparados com sham). Nenhuma recuperação motora significativa foi observada nos grupos tratados em relação ao grupo sham. A análise estereológica mostrou que ~70% das células VT e BV diferenciaram-se em neurônios NeuN+, com alta proporção de células encefalinérgicas e GABAérgicas no grupo VT (44% e 42%, respectivamente) e encefalinérgicas e serotoninérgicas no grupo BV (50% e 47%, respectivamente). Nosso estudo sugere que os precursores neuronais oriundos das VT e BV, uma vez implantados na medula espinal lesada, maturam em diferentes subtipos neuronais, principalmente GABAérgicos, serotoninérgicos e encefalinérgicos, e ambos precursores foram capazes de aliviar a dor, apesar de não haver recuperação motora significativa