Minimização do custo de transporte de madeira de eucalipto no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1975
Autor(a) principal: Berger, Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-151028/
Resumo: A partir de 1967 os incentivos fiscais permitiram a dedução do imposto de renda das pessoas jurídicas ou abatimento da renda bruta das pessoas físicas, de importâncias efetivamente aplicadas em reflorestamento ou florestamento. Estes incentivos passaram a ocupar lugar de destaque perante as formas alternativas de incentivos fiscais. Até fins de 1974, cerca de 3,5 milhões de árvores foram plantadas ocupando uma área de 1,5 milhão de hectares com investimentos superiores a 3 milhões de cruzeiros. O gênero que predominou foi o Eucalyptus, dado o seu rápido crescimento e a aplicação como matéria prima para o abastecimento de empresas produtoras, principalmente, de celulose e de chapas de fibras de madeira no Estado de São Paulo. A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de determinar as quantidades de madeira de eucalipto a serem transportadas das regiões produtoras até os centros consumidores, visando a minimização do custo individual e total de transporte. Paralelamente, procurou-se determinar os custos e raios médios de transporte para cada fonte consumidora. A metodologia utilizada foi o modelo de transporte, que é um caso particular da programação linear. Para o processamento dos dados usou-se o programa LP-MOSS para computador IBM-1130. As informações que se fizeram necessárias para tal foram; a) A oferta de madeira de eucalipto por município nos anos de 1975, 1977 e 1979; b) As projeções de demanda de madeira de eucalipto pelas fábricas consumidoras nos respectivos anos; c) O custo unitário de transporte por quilômetro, de cada fonte produtora até às consumidoras. Para a obtenção dos dados de oferta, utilizou-se informações do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, e do Instituto Florestal da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. A demanda constituiu-se nas necessidades das fábricas de celulose e chapas de fibra de madeira, pois estas representam quase a totalidade do consumo estadual. Para as empresas produtoras de chapas de fibras, a procura foi obtida diretamente com as firmas do setor. Em relação às de celulose e papel, a demanda foi derivada da produção de celulose químicas e semi-químicas, com auxílio de modelos econométricos e coeficientes técnicos de conversão de madeira em celulose. Os custos unitários de transporte foram obtidos através da média aritmética dos dados fornecidos pelas empresas consultadas. Foram elaborados e analisados no estudo 3 modelos. O modelo A, cujo objetivo era a minimização do custo individual de transporte, envolvendo a produção de 391 municípios e 12 fontes consumidoras para o ano de 1975, 13 para 1977 e 14 em 1979. No ano de 1977 considerou-se a possibilidade de estar operando uma unidade produtora de celulose no município de Itapeva, com capacidade diária de 250 t e em 1979 com 500 t/d. Também considerou-se para esse último ano, a viabilidade de estar implantada no município de Luiz Antonio outra fábrica de celulose, com uma produção de 500 t/d. O modelo B visou a minimização dos custos individuais de transporte de cada fábrica, porém trabalhou-se a nível de região produtora e não com os municípios. Tal procedimento foi necessário em virtude do computador disponível não possuir condições de processamento para o número de elementos a serem operados, ao se trabalhar com municípios. Agregou-se a oferta dos municípios em 77 regiões produtoras, considerando-se o mesmo número de fontes consumidoras apresentadas no modelo A. Para o modelo C, utilizou-se igual número de regiões produtoras e consumidoras, no entanto, objetivou-se a minimização do custo total de transporte de madeira de eucalipto no Estado. Os resultados desse modelo foram determinados através do uso da programação linear. Com os resultados encontrados, observou-se que tanto o custo, como o raio médio de transporte mostraram uma tendência de subirem em 1977 e declinarem em 1979, situação essa caracterizada nos 3 modelos estudados. Tal fato, deve estar relacionado com o aumento da demanda ser superior a oferta, entre 1975 e 1977. Essa consideração foi reforçada, quando analisou-se as quantidades de áreas concorrentes para cada modelo e nos anos respectivos. O número dessas regiões, isto é, aquelas cuja disponibilidade de madeira é disputada por duas ou mais fontes consumidoras elevou-se em 1977 e diminuiu em 1979. A agregação dos municípios em regiões, mostrou que ocorreu uma elevação dos custos e raios médios de transporte quando comparou-se com os resultados dos modelos A e B. No modelo C, os valores obtidos para custos e raios médios de transporte foram significativamente superiores aos encontrados nos demais, notadamente quando comparados nos respectivos anos. Desse mesmo modelo, pode-se obter as quantidades excedentes de madeira de eucalipto, nos vários anos em estudo. Essa disponibilidade reduz-se em 1977 e volta a elevar-se no ano de 1979. Os custos e raios médios de transporte entre as fábricas consumidoras, apresentaram-se com grande variabilidade, nos modelos estudados, nos vários anos. De um modo geral e conforme ressaltado anteriormente, ficou caracterizado a elevação dos mesmos em 1977 para um declínio em 1979. Individualmente, encontrou-se empresas que não mostraram essa elevação dos custos, tendo sido observado inclusive, o declínio de valores e mesmo uma situação de estabilidade para algumas delas. A empresa situada no município de Itapetininga, foi a única que apresentou custos e raios médios de transporte constantes para todos os modelos e anos estudados. A nova possível unidade consumidora, a ser instalada no município de Itapeva, mostrou custos médios de transporte, superiores as demais no ano de 1977 para os modelos A e B. No ano de 1979, os custos e raios médios dessa mesma fábrica foram iguais nos modelos B e C, fato esse acompanhado pelas unidades produtoras de Botucatu, Limeira, Pindamonhangaba e Luiz Antonio, esta última, constituindo-se na segunda possível fábrica consumidora a ser implantada.