Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rentas, Mariana Fragoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-01122022-122843/
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Resumo: |
A obesidade felina é uma afecção cada vez mais recorrente e pode implicar no desenvolvimento de diversas comorbidades, tais como resistência insulínica, diabetes, hiperlipidemia e disbiose. A composição da dieta pode influenciar nos parâmetros glicêmicos, lipidêmicos, saciedade e na microbiota de animais obesos com resistência insulínica. Um exemplo de aditivo que pode ser utilizado com este propósito são os beta-glucanos (BG), que podem diminuir as concentrações séricas de colesterol, triglicérides, glicemia pós-prandial e aumentar a saciedade. Além de ter potencial prebiótico e poder modular a saúde intestinal através da microbiota. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da inclusão de 0,06% de BG na dieta de gatos obesos e em escore de condição corporal (ECC) sobre a microbiota retal. Foram selecionados 20 gatos, machos e fêmeas, SRD, com idades entre 1 e 7 anos, na rotina de uma clínica veterinária particular. Os animais foram divididos em dois grupos: Grupo obeso [(OB), ECC 8 e 9/9, gordura corporal média de 28,8 ± 7,9%; determinada pelo método de diluição de isótopos de deutério] e grupo controle [(CO) ECC 5/9 e gordura corporal média de 17,4 ± 6,6%]. Todos os animais foram alimentados por 21 dias (T0) com um alimento controle (AC - 0,0% de BG) e depois por 90 dias (T90) com um alimento teste (AT - mesma composição do AC, porém com adição de 0,06% de BG). Amostras de sangue e swab retal foram coletadas em T0 e T90 para avaliação da microbiota e do perfil metabolômico (cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas). O DNA total foi extraído das fezes e estas foram sequenciadas pela metodologia Illumina. As abundâncias observadas foram avaliadas usando um modelo linear generalizado, considerando distribuição binomial e usando a função de link logit, a comparação entre os grupos e o efeito da dieta foi realizado pelo teste ANOVA com medidas repetidas no tempo no SAS. Não foi encontrada diferença entre os índices de alfa e beta diversidade levantados nesse estudo. Não foi observado efeito principal de tratamento (entre os grupos OB x GC; p >0,05), houve efeito principal de tempo (efeito da suplementação de beta glucano T0 x T90; p <0,05) para o filo Bacteriodetes, para as famílias Campylobacteraceae e Peptostreptococcacaea, e para o gênero Campylobacter. Por fim, houve efeito de interação (tratamento x tempo; p <0,05) para os filos: Actinobacteria, Firmicutes, Fusobacteria e Proteobacteria; para as famílias: Bacillales, Bacterioidaceae, Bacterioidales, Desulfovibrionaceae, Enterobacteriaceae, [Firmicutes], Fusobacteriaceae, Oxalobacteraceae, Pasteurellaceae, Prevotellaceae e Veillonellaceae; para os gêneros: Bacillales, Bacterioidales, Bacterioides, Desulfovibrio, [Enterobacteriaceae], Firmicutes, [Fusobacteriaceae], Macellibacteroides, [Oxalobacteraceae], [Pasteurellaceae], Prevotella, Succinispira e [Veillonellaceae]. A análise de metabolômica mostrou efeito de grupo (OB x GC) nos metabólitos: valina, isoleucina, fenilalanina, tirosina, ácido esteárico, ácido linoleico, ácido araquidônico e alfa-tocoferol. Também foi observado efeito de tratamento (0,0 x 0,6% de BG) em: ureia, ácido piroglutâmico, arginina, triptamina e trealose. Conclui- se que a microbiota retal de indivíduos obesos e em ECC ideal não difere, porém a suplementação de BG mostrou-se efetiva em modular a microbiota desses indivíduos e influenciou no perfil de metabólitos dos animais avaliados. Além disso, os metabólitos encontrados nesse estudo destacam a influência de biomarcadores presentes na obesidade na evolução de outras comorbidades como resistência insulínica, diabetes e alterações do perfil lipídico. |