Capitais e formação acadêmico-profissional dos egressos da Escola Politécnica de São Paulo (1899 a 1905)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lança, Juliana Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-04122018-171343/
Resumo: A Escola Politécnica, fundada em 1893 e incorporada à Universidade de São Paulo em 1934, surgiu por iniciativa das elites urbanas paulistas com o objetivo de atender às demandas econômicas do início do século XX, que solicitavam uma educação coerente com o crescimento industrial do país e a necessidade de melhorias em sua infraestrutura. Atualmente, a Escola Politécnica se propõe a formar não somente engenheiros, mas líderes. Com a intenção de identificar as predisposições socialmente favoráveis dos estudantes que vieram a ser academicamente bem-sucedidos, a pesquisa teve como objetivo geral desvelar qual o perfil socioeconômico e de escolaridade que caracteriza os formados nos cursos de primeira divisão (formação de engenheiros) da Escola Politécnica de São Paulo, entre 1899 a 1905. A pesquisa utilizou-se do método prosopográfico, ou de biografias coletivas, fazendo uma análise qualitativa e quantitativa, que desvelou os vínculos entre origem, posição social e formação escolar, bem como as características comuns relativas ao grupo social que, tendo procurado a Escola Politécnica de São Paulo, nela conseguiu finalizar com sucesso sua formação em nível superior. Como principal referencial teórico, a análise dos resultados foi feia a luz das teorias de Pierre Bourdieu e sua definição dos conceitos de campos, habitus e capital. Além deste autor, utilizamos a teoria crítica do currículo como base para a análise dos regulamentos e currículos da instituição. Foi possível verificar que, acompanhando a tendência das elites agrárias em São Paulo, os primeiros formados da Poli têm origem nas tradicionais famílias do patriarcado rural, ligadas principalmente ao café, que procuraram se modernizar e se aburguesar, acompanhando o crescimento urbano e industrial. A procura pela formação em engenharia para as novas gerações teria sido, assim, um movimento para adquirir a formação técnica e o habitus necessário para manter o status quo familiar em outra configuração social.