Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Jaqueline Pinto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-10112016-110632/
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Resumo: |
Esta pesquisa parte da constatação clínica de que os sujeitos anoréxicos apresentam subjetividades uniformizadas e uma propensão à homogeneidade discursiva e atitudinal entre si. Tal identidade levanta a hipótese sobre a presença de um tipo de contágio psíquico entre as pacientes anoréxicas. Consideramos a epidemia anoréxica como um movimento coletivo definido por uma mesma narrativa de sofrimento, que possui uma frequência significativamente relevante, entre mulheres jovens, de aproximadamente 0,4% ao ano. Investigamos o conceito de identificação em Freud e em Lacan, e encontramos comentadores que tratam da identificação na anorexia, sugerindo a presença de um tipo especial de identificação necessário para explicar a noção de epidemia anoréxica. Tal hipótese nos levou simultaneamente a um modelo epidemiológico psicanalítico para certas formas de sofrimento que se propagam, historicamente, sob a forma de um contágio psíquico. Localizamos a epidemia anoréxica na identificação imaginária, do estádio do espelho, e a relacionamos ao discurso do capitalista e a uma comunidade de gozo. O fracasso da identificação narcísica nas anorexias severas mais especificamente as falhas na constituição da unidade da imagem é responsável por um excesso no plano da identificação imaginária entre as anoréxicas, que se identificam com o semblante do sintoma. Os sujeitos nas anorexias severas fazem epidemia para se livrarem do saber inconsciente, e se fixam num gozo autístico, que exclui o Outro. A psicanálise que se propõe a tratar o sofrimento, e não o sintoma aborda o que fica de fora da comunidade de gozo. Como resultado, postulamos que o conceito de identificação na epidemia anoréxica é importante para o tratamento institucional da anorexia, incluindo a fundamentação de projetos terapêuticos |