Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cruz, Cristiano Cordeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012018-185023/
Resumo: Este trabalho versa sobre a tecnologia, atendo-se de modo particular, mas não exclusivo, a isso que no Brasil se chama de tecnologia social (TS). A tese que se buscará defender aqui é múltipla. Em primeiro lugar, ontológica e politicamente, sustentar-se-á que a tecnologia social é uma implementação não apenas tecnicamente legítima e autêntica, como social e ambientalmente urgente. Contudo, para que tal tipo de solução seja passível de ser desenvolvida, é necessário, de uma parte, que se desenvolvam conhecimentos científicos e engenheiris apropriados. Com isso, o segundo argumento, epistemológico, é que esses conhecimentos são passíveis de ser produzidos e que os mecanismos que podem tornar tal coisa possível não subvertem o ethos próprio da ciência ou da engenharia. De outra parte, TS e engenharia popular demandam também um perfil profissional específico, o do engenheiro educador (ou engenheiro popular). Essa é a terceira dimensão da tese que defendemos. Por fim, ontológica e existencialmente, proporemos que o caminho para superar o desencantamento substantivo do mundo (Weber), a entificação do Ser (em seu desvelamento tecnológico no qual nos encontramos presos, via enquadramento Heidegger), a ditadura da racionalidade instrumental (Horkheimer & Adorno) ou a autoprodução e o automatismo do desenvolvimento tecnológico (que nos aprisiona ou agencia quase que inapelavelmente Ellul) pode emergir precisamente de algo como a tecnologia social, por meio da incorporação dos valores e saberes populares à construção da realidade sociotécnica que decidimos nos dar. Esse quarto aspecto, nesses termos, reforça o primeiro, trazendo novos elementos para subsidiar-se o entendimento acerca da urgência, em nossos dias, de uma solução técnica como a tecnologia social.