Sarcoma de tecidos moles em cães: tratamento cirúrgico associado à terapia com fosfoetanolamina sintética (FO-S)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Castro, Patrícia Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-29112019-120413/
Resumo: A fosfoetanolamina sintética (FO-S) é um antineoplásico que causa morte celular por modificação da membrana citoplasmática. Diversos estudos têm demonstrado seu potencial em induzir citotoxicidade em células de diferentes linhagens de tumores, sem afetar a capacidade proliferativa das células normais. Este estudo avaliou a resposta ao tratamento com a FO-S como terapia adjuvante (G1) e neoadjuvante/adjuvante (G2) associada à exérese tumoral ampla em cães portadores de sarcoma de tecidos moles (STM), investigando sua ação antitumoral; intervalo livre de recidiva local (ILRL) e sobrevida; e ocorrência de efeitos adversos. Foram considerados 21 cães com diagnóstico histopatológico de STM que não apresentavam comorbidades graves e/ou metástases, atendidos no Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais do HOVET-FMVZ/USP, no período de agosto de 2015 a julho de 2017. O tratamento incluiu a administração intravenosa semanal da FO-S (70 mg/kg) por quatro sessões, com início após a realização da exérese tumoral para o grupo G1 (n=10) ou quatro sessões antes e quatro após a realização da exérese tumoral para o grupo G2 (n=11). Nenhum caso de remissão completa ou parcial foi observado pelas mensurações tumorais realizadas em imagens de tomografia computadorizada obtidas pré e pós terapia neoadjuvante com a FO-S (G2: n=9/11), segundo os três critérios adotados (RECIST, WHO e volumétrico). Pela análise das imagens termográficas (G2: n=10/11) para cálculo da diferença de temperatura entre áreas tumoral e não tumoral (AT-ANT) constatou-se que o tumor esfriou em relação ao tecido corpóreo durante a terapia neoadjuvante (p= 0,01416). A comparação dos valores obtidos pela técnica de imuno-histoquímica (n=19/21) entre os tumores ressecados não tratados (G1) e os tratados com FO-S (G2) não mostrou diferença significativa entre os grupos em relação a grau de apoptose (caspase-3) segundo o grau tumoral I (p= 0,3663) e II (p= 0,4543), e nem em relação ao índice de proliferação celular (Ki67) segundo o grau tumoral I (p= 0,6588) e II (p= 0,179). Não foi possível realizar a comparação para o STM grau III. Não houve recidiva tumoral local (RTL) para o grupo G1; apenas um animal (G2) apresentou recidiva aos 365 dias de acompanhamento e não foi possível calcular a mediana para ILRL. Não houve diferença significativa entre os grupos G1 e G2 em relação à sobrevida (p= 0,21). Considerado todos os pacientes que receberam a FO-S, a taxa de sobrevida aos 12, 24 e 36 meses foi respectivamente 100%, 87,5% e 72,9%, e o período de acompanhamento variou de 365 a 1169 dias (mediana= 687 dias). A FO-S na dose e posologia empregadas neste estudo não demonstrou efeito citorredutor e não houve diferença significativa para marcação de caspase-3 e Ki67 entre tumores tratados e não tratados, porém a redução significativa da temperatura cutânea da área tumoral em relação a área não tumoral sugere a possibilidade de uma mudança fisiológica associada ao seu uso. As taxas de RTL e sobrevida equipararam-se às de cães tratados apenas com ressecção cirúrgica ampla citadas em literatura. A FO-S não causou efeitos adversos e mostrou-se segura para administração intravenosa em cães com STM.