Aplicação de células-tronco derivadas de tecido adiposo para tratamento de fístula enterocutânea em modelo experimental murino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pagotto, Vitor Penteado Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-15042024-161404/
Resumo: Introdução: fístula enterocutânea (FEC) corresponde a uma comunicação anômala entre a luz intestinal e a pele. De acordo com a localização da FEC e da magnitude do seu débito de conteúdo intestinal, pode estar associada a elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Embora existam várias alternativas terapêuticas, consideráveis taxas de insucesso e recidiva ainda permanecem como desafio clínico. A recente incorporação de tratamento com o uso de células-tronco derivadas de tecido adiposo (CTA) para o fechamento de FEC sugere resultados benéficos, tanto em termos de segurança quanto de eficácia. Entretanto, o mecanismo de ação do uso de CTA apresenta lacunas de conhecimento. Objetivos: avaliar a redução do diâmetro da FEC após aplicação perifistular de células-tronco derivadas de tecido adiposo em um modelo experimental de fístula enterocutânea. Método: foram utilizados 26 ratos Wistar machos com peso variando de 300 g a 450 g. Todos os animais, sob anestesia geral, foram submetidos a procedimento para confecção de FEC. Após 4 semanas deste procedimento, os animais foram divididos em três grupos: controle (C) (n = 8), em que nenhuma intervenção foi realizada, duas aplicações perifistulares de meio de cultura (MC) (n = 9) e duas aplicações perifistulares de 1 x 106 CTA alógenas (CTA) (n = 9). O intervalo entre cada aplicação foi de uma semana. Quatro semanas após a primeira aplicação, os animais foram submetidos a eutanásia e amostras de tecido submetidos a avaliação histopatológica por hematoxilina-eosina para contagem de vasos sanguíneos e células inflamatórias, avaliação de inflamação e fibrose tecidual, e de expressão gênica por qRT-PCR. Resultados: os animais submetidos à aplicação de CTA (3,3 ± 0,6 mm) apresentaram redução do diâmetro da FEC de 68,3% em comparação ao grupo C (10,4 ± 2,3 mm; p = 0,002) e de 65,3% em relação ao grupo MC (9,5 ± 4,1 mm; p = 0,011). Não houve diferença na contagem de células inflamatórias entre os grupos (p = 0,29), porém a quantidade de vasos sanguíneos em relação ao grupo C (12,43 ± 4,3 células / campo) foi 134,7% maior no grupo CTA (29,1 ± 8,3 células/campo) (p = 0,003). A expressão gênica de CD68 apresentou redução de 51,3% no grupo CTA (0,58 ± 0,65) em relação ao grupo C (1,19 ± 0,78) (p = 0,012), enquanto a expressão de MMP9 foi 88,6% inferior no grupo CTA (0,19 ± 0,18) em relação ao grupo C (1,66 ± 1,50) (p = 0,009). Não houve diferença na expressão entre os outros genes avaliados (IL-10, IL-1, MMP3 e TNF) (p > 0,05) Conclusão: o estudo reforça a ação da CTA como opção terapêutica na FEC. O aumento da densidade vascular verificado neste estudo pode revelar um dos mecanismos envolvidos. Mais estudos são necessários para compreender os mecanismos moleculares e genéticos envolvido