Interações frugívoro-planta e suas relações com predadores em um gradiente de defaunação na Floresta Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carreira, Daiane Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-12092019-115506/
Resumo: Os frugívoros desempenham papel fundamental na regeneração e controle de plantas em florestas tropicais, por meio da dispersão e predação de sementes. Na floresta Atlântica, as populações dos grandes frugívoros encontram-se altamente ameaçadas pela defaunação e fragmentação do habitat o que pode comprometer as interações e consequentemente os serviços ecológicos prestados pela fauna. Meu objetivo neste estudo, foi identificar os principais mamíferos que atuam na frugivoria na Floresta Atlântica, analisar as redes de frugivoria entre mamíferos, aves e plantas em um gradiente de defaunação e também avaliar as relações entre predadores e frugívoros diante do contexto da defaunação na Floresta Atlântica. Para isso, instalei armadilhas fotográficas sob árvores que estavam frutificando em seis áreas da Floresta Atlântica no sudeste de São Paulo e averiguamos a atuação dos visitantes e frugívoros. Para atender aos objetivos, utilizei análises de regressão linear, modelos de rede de interações e modelos lineares generalizados. Encontrei que as principais plantas que tiveram seus frutos removidos pertencem a família das Myrtaceae, Arecaceae e Rubiaceae e os principais frugívoros que removeram frutos foram majoritariamente predadores de sementes, como o esquilo (Guerlinguetus brasiliensis), pequenos roedores em geral, as queixadas (Tayassu pecari) e a paca (Cuniculus paca). Identifiquei que apenas um baixo percentual do número de visitas (5,6%), culminaram em frugivoria e que mesmo em áreas com baixo grau de defaunação, a frugivoria foi realizada principalmente por pequenos roedores e aves generalistas. Por fim, encontrei que pequenos frugívoros evitam temporalmente áreas com alta frequência dos grandes frugívoros e que os grandes frugívoros evitam os potenciais predadores. Porém, em áreas com alto grau de defaunação, esse padrão de visitação nem sempre é encontrado em todos os grupos estudados. Os resultados indicam que a defaunação pode alterar as interações entre plantas, frugívoros e predadores na Floresta Atlântica e que atualmente, os principais frugívoros que atuam na remoção de frutos no chão da floresta, são os pequenos e médios mamíferos e aves generalistas. As alterações nas interações de frugivoria poderá afetar quantitativamente e qualitativamente, os processos seguintes, como a dispersão de sementes e o recrutamento de plântulas.