Aplicação tópica de creme contendo nanopartículas com vitamina E para prevenção de radiodermatite em mulheres com câncer de mama: estudo piloto randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Schmidt, Fernanda Mateus Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-17122019-124550/
Resumo: Introdução: Apesar da ação promissora dos agentes antioxidantes contra as radiodermatites, os estudos sobre esse tema ainda são pouco consistentes. Diante dessas considerações, questionou-se sobre a ação da vitamina E, veiculada por meio de nanotecnologia, na prevenção das radiodermatites. Objetivo: Avaliar o potencial efeito da aplicação tópica de creme com nanopartículas lipídicas contendo vitamina E, na concentração final de 2%, para a prevenção de radiodermatite aguda em mulheres com câncer de mama submetidas à teleterapia. Método: Estudo piloto randomizado e duplo cego, realizado em um hospital oncológico de Minas Gerais. A amostra foi constituída de 40 mulheres, divididas em três grupos: Intervenção - realizaram a aplicação tópica de creme com nanopartículas lipídicas contendo vitamina E; Controle 1 - realizaram a aplicação tópica de creme sem nanopartículas lipídicas e sem vitamina E; Controle 2 - realizaram a aplicação tópica de creme com nanopartículas lipídicas sem vitamina E. A incidência de radiodermatite, o grau (pelas escalas RTOG e CTCAE) e o tempo para o aparecimento da reação foram considerados desfechos primários; a qualidade de vida, a temperatura da mama e os sintomas relatados como desfechos secundários. Todas as participantes seguiram as orientações padrão para prevenção de radiodermatites, realizaram a aplicação de creme três vezes por dia e foram avaliadas três vezes por semana. Para a coleta dos dados, utilizaram-se quatro instrumentos: dados sócio-demográficos e clínicos, registro das avaliações periódicas, e avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) EORTC-QLQ-30 e EORTC-QLQ-BR23. Os dados foram analisados por meio de: modelo ANOVA, teste de Kruskal-Wallis, qui-quadrado, exato de Fisher, modelo de riscos proporcionais de Cox e modelo de efeitos mistos. O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Todas as pacientes da amostra apresentaram radiodermatites em algum grau. As incidências de reações graus 1, 2 e 3 foram, respectivamente: 58%, 25% e 17% para o grupo Intervenção; 36%, 29% e 36% para o grupo Controle 1; e 50%, 43% e 7% para o grupo Controle 2. Não houve diferenças significativas entre os grupos do estudo no que concerne ao grau de radiodermatite, QVRS e temperaturas das mamas. Observou-se uma tendência para potencial efeito protetor do creme com nanopartículas contendo vitamina E no que concerne ao tempo para aparecimento da radiodermatite nas pacientes que não receberam a dose de boost (p=0,03) e ocorrência de eritema leve inframamário (p=0,04). Prurido foi reportado por 90% das mulheres, apresentando por mais tempo naquelas do grupo Intervenção (p=0,05). Os dados encontrados permitiram subsidiar o cálculo amostral para o ensaio clinico definitivo, que deverá ser composto de 108 pacientes. Conclusões: Observou-se um potencial efeito protetor do creme com nanopartículas contendo vitamina E com relação ao tempo para aparecimento da radiodermatite e ocorrência de eritema leve inframamário. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos do estudo com relação a incidência e intensidade de radiodermatites, QVRS e temperatura das mamas. Amostra constituída de 108 pacientes deverá compor o ensaio clínico definitivo para evidenciar as hipóteses levantadas neste estudo piloto.