Análise comparativa entre o tratamento transcateter (valve-in-valve por vias transeptal e transapical) e reabordagem cirúrgica convencional para disfunção de bioprótese valvar em posição mitral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nicz, Pedro Felipe Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-03092024-161524/
Resumo: Introdução: A degeneração de bioprótese mitral é uma condição clínica comum e a substituição cirúrgica (Retroca mitral) está associada a uma alta morbidade e mortalidade. O implante transcateter de bioprótese valve-in-valve (TMVIV), utilizando acesso transapical ou transeptal, surgiu como uma alternativa para pacientes de alto risco cirúrgico, mas os dados comparativos ainda são escassos. Objetivos: Nosso objetivo foi avaliar e comparar os resultados da Retroca mitral, com o tratamento TMVIV-transapical e o TMVIV-transeptal. Métodos e Resultados: Trata-se de um registro que incluiu, entre janeiro de 2014 a maio de 2023, 415 pacientes consecutivos submetidos à Retroca mitral, ao tratamento TMVIV-transapical ou TMVIV-transeptal devido à disfunção de prótese mitral (Retroca mitral = 239, TMVIV-transapical = 84, TMVIV-transeptal = 92 pacientes; 69% etiologia reumática). Pacientes do grupo Retroca mitral apresentavam uma menor média de idade (51,7 ± 12,3; 64,3 ± 10,5, 73,7 ± 10,9, anos; para Retroca mitral, TMVIV-transapical e TMVIV-transeptal respectivamente; p <0,001) e mediana do escore de risco cirúrgico STS (2,9 [1,7 5,1], 6,6 [3,9 10,5], 6,5 [4,2 10,0], respectivamente; p<0,001). A mortalidade por todas as causas em 30 dias foi significativamente maior nos grupos Retroca mitral e TMVIV-transapical (14,2%, 15,5%, 4,3%; respectivamente, p=0,030) assim como a taxa de sucesso do procedimento utilizando o critério MVARC foi significativamente menor nesses grupos (64,9%, 52,5%, 88%, respectivamente; p <0,001). Em um ano de seguimento, não houve diferença significativa entre os grupos em relação à taxa de mortalidade (Log-rank p=0,222). O acesso transeptal, assim como uma maior fração de ejeção do ventrículo esquerdo, menor pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) e a ausência de doença arterial coronariana foram fatores protetores para mortalidade em 30 dias. No seguimento de 1 ano, os fatores preditores de maior sobrevida foram semelhantes, exceto pela substituição da PSAP por insuficiência tricúspide (todos com p<0,05). Conclusões: Em pacientes de alto risco cirúrgico, portadores de disfunção de bioprótese mitral com etiologia predominantemente reumática, o TMVIV-transeptal apresentou os melhores resultados em curto prazo, incluindo mortalidade por todas as causas e sucesso do procedimento, apesar das características de maior risco neste grupo. No seguimento de médio prazo, não houve diferença significativa entre os grupos.