Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nobre, Eleni Jesus de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-17072023-133812/
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Resumo: |
Considerando a cultura popular como repertório de saberes relevantes, partimos do Coco de Roda, mais propriamente do universo artístico de D. Selma do Coco, pernambucana reconhecida como a Rainha do Coco naquela região e defensora da cultura popular nordestina, para pensarmos suas relações com o trabalho de tapioqueira como expressão de sua própria cultura, a resistência em ser juremeira, a tradição em cantar e dançar cocos de roda. Apoiados na etnografia e em referenciais voltados à história social, em andanças por suas territorialidades em 2019 e 2022, tivemos a clareza de que somos incapazes de compreender uma tradição e a ancestralidade do legado, se daquela comunidade não fazemos parte, porque nos entres da cultura popular há muito mais do que simples conceituações de manifestação e patrimônio cultural que soa muito bem aos turistas. Foram encontros que nos possibilitaram atravessar o território dos cocos de roda olindenses e a traçar percursos outros quanto às raízes da tradição, para além das já grafadas em livros de folcloristas, replicadas quase que em totalidade em trabalhos acadêmicos, o que homogeneízaas formas com as quais os sujeitos se relacionam com a cultura popular em seus espaços sociais e culturais. Ao nos dedicarmos a entrecruzar as vivências de D. Selma, percebemos quão dificultosa é a compreensão do lugar do popular na sociedade brasileira, pelos olhares abarrotados de discriminações,marginalizações, estereotipias, senso comum dentre tantas outras. Foi fundamental mergulhar em contextos históricos de sua territorialidade, porque uma coisa justifica a outra, e a cultura popular entrelaça em um próprio território lutas, resistências, religiosidades, festejos, comunialidade, ensinagens de terreiro com as quais depreendemos que a tradição, o legado e a oralidade atravessam tempos cronológicos, a cultura popular é absolutamente dinâmica e mestrepopular é sujeito localizado em seu tempo e local, guardião de conhecimento espiralar que se mantém, se reelabora e se transmuta, sendo presença e pertença do outro e vice versa. |