Exportação concluída — 

Interação humano-animal na produção de suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sommavilla, Roberta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-04092015-092826/
Resumo: Objetivou-se comparar os parâmetros comportamentais indicativos de estresse, a qualidade da carne e a influência do enriquecimento ambiental em leitões criados no sistema intensivo confinado, de acordo com a qualidade dos tratamentos recebidos. Para isso, foram utilizados 144 leitões divididos em três grupos que receberam tratamentos distintos: 1) Tratamento Aversivo (TA): pessoa se dirigia aos leitões de forma rude, utilizando tom de voz agressivo e fazendo ameaças posturais; 2) Tratamento Controle (TC): pessoa foi cuidadosa ao se movimentar e usou tom de voz suave; 3) Tratamento Misto (TM): os animais receberam TA durante as fases de maternidade e creche e TC durante as fases de crescimento e terminação. Após o desmame, os leitões foram submetidos a testes para aferir medo e verificar se conseguiam reconhecer seu tratador habitual. Foram observados os comportamentos nas mudanças de ambiente, através de instantâneos de 5 min. Na fase de crescimento/terminação, metade dos animais recebeu enriquecimento ambiental. Após o abate foi realizada a análise da qualidade da carne com relação ao seu pH, temperatura, coloração, perda de água por cocção e exsudação. Variáveis como cortisol, lactato, creatina-fosfoquinase, ganho de peso, conversão alimentar e consumo de ração também foram aferidas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e para a análise dos dados foi utilizado o procedimento PROC MIXED e GLM do programa estatístico SAS. Leitões que receberam tratamento aversivo apresentaram maior frequência de interações agonísticas na maternidade (P=0,01), creche (P=0,04), crescimento/terminação (P=0,0002) e no pré-abate (P=0,06); além de apresentarem maior frequência de belly-nosing no pós-desmame (P=0,001), maior atividade nos testes de medo (P=0,01), menor tempo (P=0,03) e menor frequência (P=0,005) de contato com o novo objeto. Animais que receberam enriquecimento ambiental apresentaram maior frequência do comportamento exploratório (P=0,01). Não houve diferença no ganho de peso, nas análises de qualidade de carne e de sangue (P>0,05), exceto para lactato que apresentou concentrações mais elevadas para animais tratados de forma aversiva (P<0,05). Leitões tratados de forma aversiva demonstraram um padrão comportamental indicando o elevado estresse. A simples cessação deste tratamento não parece ser suficiente para que os animais retomem o padrão comportamental comum à espécie, indicando um efeito residual do tratamento recebido anteriormente. Além disso, estes animais são mais medrosos à novidade, ao isolamento social e ao tratador aversivo. Mesmo não havendo diferença de desempenho e qualidade de carne, estes resultados indicam um empobrecimento do bem-estar desses animais. Por outro lado, quando cessado o tratamento aversivo e adicionado o enriquecimento ambiental, os efeitos residuais do estresse sofrido nas primeiras fases de vida foram suprimidos e os animais apresentaram uma melhoria na resposta ao estresse e no seu bem-estar.