Efeito de um protocolo de exercícios para fortalecimento da musculatura cervical em migranosos em comparação ao grupo placebo - ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Benatto, Mariana Tedeschi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-20062022-153641/
Resumo: A presença de alterações musculoesqueléticas em pacientes com migrânea, bem como a alta prevalência de dor cervical, já estão bastante elucidadas na literatura. Apesar da indicação de tratamentos não farmacológicos estar crescendo, um protocolo de exercícios direcionado especificamente para a região cervical ainda não teve sua eficácia avaliada. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi verificar a eficácia de um protocolo de exercícios craniocervicais na redução da frequência e intensidade das crises de migrânea. Métodos: Nesse ensaio clínico randomizado de dois braços e grupos paralelos com acompanhamento de 3 meses, 42 voluntários com diagnóstico de migrânea foram avaliados e randomizados em dois grupos, intervenção e placebo. Os voluntários randomizados para o grupo intervenção (n=21) realizaram durante oito semanas um protocolo de exercícios craniocervicais, enquanto que os voluntários do grupo placebo (n=21) receberam aplicações de ultrassom terapêutico desligado na porção média do músculo trapézio superior, também durante oito semanas. Os desfechos primários avaliados foram frequência e intensidade das crises de migrânea, registrados em diários de dor mensais. Como desfechos secundários, foram verificadas a incapacidade relacionada a migrânea e a dor cervical, a percepção global de mudança e satisfação com o tratamento, a amplitude de movimento cervical, o limiar de dor a pressão dos músculos craniocervicais, o craniocervical flexion test (CCFT), a força e a resistência dos músculos cervicais. Além disso, a eletromiografia de superfície foi utilizada durante os últimos três testes. Resultados: Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas para os desfechos primários após as oito semanas de tratamento e após os três meses de acompanhamento (p>0,050). Em relação aos desfechos secundários, observamos no grupo intervenção uma melhora da sensibilidade do músculo frontal (p=0,040), além de redução na amplitude de ativação dos músculos escaleno anterior e trapézio superior nos últimos estágios do CCFT (p&le;0,000) e um aumento no slope da frequência mediana do músculo esplênio da cabeça, durante o teste de resistência dos flexores cervicais (p=0,014) e do músculo escaleno anterior durante o teste de resistência dos flexores e extensores cervicais (p<0,000; p=0,045; respectivamente). Conclusão: Concluímos que a realização exclusiva de um protocolo de exercícios craniocervicais não foi suficiente para promover uma redução da frequência e intensidade das crises de migrânea, bem como melhorar o desempenho dos músculos cervicais e reduzir a incapacidade ocasionada pela migrânea e pela dor cervical. Todavia, o mesmo protocolo de exercícios promoveu uma melhora na ativação dos músculos cervicais durante a realização do CCFT e teste de resistência em pacientes com migrânea.