Perfil de cortisol e sinalização dos glicocorticoides em corpo lúteo canino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Maruyama, Arnaldo Shindi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-03052019-145846/
Resumo: Glicocorticoides (GCs) modulam a reprodução, interferindo na produção de hormônios gonadais, estradiol (E2) e progesterona (P4). Concomitantemente, E2 e P4 também influenciam a liberação de cortisol. Além disso, em altas concentrações os GCs interferem na via de sinalização da insulina prejudicando o funcionamento dos órgãos, incluindo os do sistema reprodutivo bem como a produção de P4 pelo corpo lúteo (CL). O CL utiliza glicose para manter sua atividade, e o cortisol interfere na via de sinalização da glicose em diversos tecidos, porém ainda não existem estudos quanto à sua atividade no CL canino, tampouco quanto à presença de genes relacionados à via de sinalização dos GCs neste órgão. Os objetivos deste estudo foram caracterizar a expressão dos genes relacionados à via de sinalização dos GCs e da insulina em CL de cadelas cíclicas e identificar expressão diferencial destes genes entre os dias 20 e 60 do diestro, que correspondem à fase final de crescimento do CL e à fase de regressão luteínica, respectivamente. Ainda, avaliar as concentrações basais de cortisol salivar (CS) e metabólitos fecais de glicocorticoides (MGFs) em diferentes dias do diestro (10, 20, 30, 40, 50 e 60) de cadelas cíclicas, comparando com os níveis de E2 e P4 já publicados; correlacionar os valores obtidos nas duas técnicas; e estabelecer um intervalo de valores basais de CS e MFGs para o diestro. Para esta pesquisa foram selecionadas 28 cadelas cíclicas saudáveis; foi realizado o sequenciamento de nova geração (RNA-Seq) dos CLs coletados de 18 animais em dias específicos do diestro (dia 10, 20, 30, 40, 50 e 60 pós-ovulação); das outras 10 cadelas foram coletadas amostras de fezes e saliva, durante todo o diestro, e realizada mensuração da concentração de MFGs e CS. Nos resultados de RNA-Seq foi identificada a expressão dos genes NR3C1, HSD11B1, HSD11B2, SLC2A4, INSR e IRS1. Os genes NR3C1 (p>0,3; FDRCortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 0,6) e SLC2A4 (pCortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq Cortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 0,02; FDRCortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 0,1) não apresentaram expressão diferencial no diestro. Os genes HSD11B1 (p=0,0001; FDR=0,0021), HSD11B2 (p=0,013; FDR=0,06), INSR (p=0,002; FDR=0,01) mostraram maior expressão no dia 20 do diestro, quando comparado ao dia 60. O gene IRS1 (p=0,0006; FDR= 0,006) estava mais expresso no dia 60 do diestro em relação do dia 20. As dosagens hormonais demonstraram que no dia 10 do diestro (CS=0,0656 ± 0,0237µg/dL e MGFs=110,41 Cortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 46,51pg/ng) as duas mensurações apresentaram concentrações menores que nos demais dias do diestro (CS=0,1027 Cortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 0,0496µg/dL e MFGs=220,22 Cortisol. Corpo lúteo. Insulina. Diestro. RNA-Seq 183,74pg/ng). A concentração média de CS=0,0972µg/dL (0,011-0,246µg/dL) e MFGs=189,875pg/ng (9pg/ng-1067,2pg/ng) foi definida para o diestro canino. Estes resultados sugerem que o CL canino também é influenciado pelo cortisol circulante da mesma forma que outros tecidos já estudados, podendo interferir na via de sinalização da insulina e, consequentemente, prejudicar seu funcionamento e o sucesso reprodutivo. Além disso, em relação aos resultados das dosagens hormonais, os níveis baixos de CS e MFGs no dia 10 do diestro corroboram com os achados em literatura e com a queda de E2 neste mesmo período, o que sugere uma associação entre a produção de ambos os hormônios.