A lente judaica de Saul Bellow em Herzog

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lancman, Thaís Kuperman
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8158/tde-14032017-161706/
Resumo: Esta pesquisa de mestrado tem como o objetivo analisar os aspectos judaicos do romance Herzog, de Saul Bellow (1915-2005), buscando compreender a função de tais elementos na obra. Por elementos judaicos, entende-se não apenas a citação de elementos religiosos, históricos, costumes e personagens judeus como a presença de um pensamento embasado na tradução judaica. Parte-se da hipótese de que, não sendo um romance centrado na discussão do judaísmo em si, Herzog tem o judaísmo como uma lente através da qual Moses, protagonista do romance, enxerga o mundo e o analisa. O ponto de partida para a análise dessa lente judaica é a noção judaica de temporalidade, em que o indivíduo absorve em sua identidade o passado de seu povo, no caso dos judeus desde os remotos tempos bíblicos até os eventos do século XX, aliada ao constante sentimento de exílio, que coloca Moses na eterna posição de não-pertencimento. Dessa forma, Saul Bellow constrói, ao mesmo tempo, um romance enraizado na tradição judaica, mas que consegue dialogar com a sociedade mais ampla e com o seu tempo, na medida que Moses Herzog, em seu momento de crise e reflexão profunda, confronta não apenas seu histórico e sua identidade, mas principalmente o mundo à sua volta e suas bases intelectuais, ou seja, o círculo acadêmico e a vida nas metrópoles norte-americanas.