O espaço subterrâneo do rato-de-espinho Clyomys bishopi: caracterização e previsões possí­veis sobre sua biologia comportamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Luchesi, Lilian Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-07052019-143132/
Resumo: ambiente subterrâneo oferece rotas de deslocamento entre pontos de forrageamento ou local de estoque de alimentos e abrigo contra predadores e frio ou calor intensos. Dentre os roedores, cerca de 250 espécies usam o espaço subterrâneo (11%). Algumas dessas espécies são \"subterrâneas estritas\", mas a maioria são \"fossoriais\" em diferentes graus de dependência do subterrâneo, como o Clyomys bishopi que forrageia sobre a terra. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o sistema subterrâneo dessa espécie endêmica do cerrado paulista, e correlacionar com aspectos distais e proximais do comportamento de escavação. No primeiro capítulo, são descritos os sistemas subterrâneos e verificadas suas relações com variáveis ambientais. No segundo, o uso do espaço pela espécie é investigado a partir da dinâmica de abertura das bocas de tocas de sistemas ao longo de dois anos. No terceiro capítulo, a temperatura interna dos sistemas é caracterizada e investigada quanto à sua relação com variáveis ambientais. Finalmente o último capítulo apresenta uma revisão sistemática sobre o uso de sistemas subterrâneos em Rodentia. Os sistemas subterrâneos de C. bishopi são complexos, com diversos túneis, bocas e câmaras de estocagem de sementes e com material de ninho. Os sistemas são maiores e mais profundos na estação seca do que na chuvosa. A espécie abre e fecha as bocas de seus sistemas ao longo do ano, e o maior número de abertura de bocas foi encontrado na estação seca em paisagem aberta, apoiando a hipótese de que os sistemas subterrâneos para a espécie funcionam principalmente como rotas de deslocamento entre áreas de forrageamento, protegidos de predadores. A temperatura apresenta um ciclo circadiano com acrofase após o pôr do sol sem distinção entre as estações climáticas, têm relações com a paisagem em que estão inseridas, sendo menores nas paisagens fechadas e mais elevadas na chuva, com temperatura mais elevada dentro da toca durante a noite e início da manhã. Os hábitos subterrâneos carregam sinais filogenéticos e tem relação com hábitos sociais, interações com o ambiente e a disponibilidade de alimento nos dois sentidos, seja no ganho ou na perda da socialidade. A manutenção da vida social numa espécie e a complexidade dos sistemas relacionam-se também com a maior compactação do solo. A hipótese das relações evolutivas entre a formação de colônias de sistemas subterrâneos, com seus usos e a vida social pode ser testada em trabalhos futuros