Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Croda, Julio Henrique Rosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-25032009-131328/
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Resumo: |
A leptospirose é uma zoonose de alta morbidade em humanos e um importante problema de saúde pública. Causada por bactérias do gênero Leptospira, a doença apresenta diversas formas clínicas e é especialmente importante em países em desenvolvimento. Síndrome pulmonar hemorrágica é a maior causa de óbito em pacientes com formas severas da doença. Os mecanismos patogênicos relacionados à síndrome pulmonar hemorrágica na leptospirose humana são desconhecidos. Com o objetivo de avaliar estes mecanismos patogênicos, 30 necrópsias (tecido pulmonar) de pacientes com síndrome pulmonar hemorrágica na leptospirose e 7 controles foram avaliados. Para determinar a participação os mecanismos patogênicos envolvidos, experimentos de histologia e imunohistoquímica (IgM, IgG, IgA, and C3) foram realizados em amostras de tecidos pulmonares, bem como dosagem sérica de auto-anticorpos específicos (anticardiolipina e anti-membrana basal) de amostras pareadas de soros de pacientes com leptospirose com e sem síndrome hemorrágica pulmonar e de indivíduos doadores de banco de sangue. Nos achados patológicos, os pacientes com síndrome hemorrágica pulmonar na leptospirose diferem dos controles com hemorragia pulmonar em alguns aspectos: moderada ou intensa presença de macrófagos na luz alveolar (97% versus 29%, respectivamente; p < 0.01); presença de membrana hialina na superficie alveolar (100% versus 0% respectivamente; p < 0.01); intensa necrose e regeneração de pneumócitos II (100% versus 0%, respectivamente; p < 0.01); e presença de plasmócitos no septo aveolar (80% versus 29%; p < 0.02). Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada em relação ao número de outras células no septo alveolar. Leptospiras intactas foram raramente observadas. A detecção de antígeno de leptospira não foi correlacionada com a intensidade de hemorragia pulmonar. Em nenhum dos tecidos pulmonares estudados foi evidenciado alterações microscópicas sugestivas de coagulação intravascular disseminada. Deposição de imunoglobulina foi detectada na superfície alveolar de 18 de 30 pacientes com síndrome pulmonar hemorrágica na leptospirose. Três padrões de marcação de imunoglobulina e complemento foram observados em tecido pulmonar de pacientes com hemorragia pulmonar e leptospirose: (A) marcação linear delicada, como uma membrana, recobrindo a superfície luminal alveolar de pneumócitos I e II; (MF) marcação multifocal, aleatória ao longo do septo; e (I) marcação fraca granular, focal, intra-alveolar. Não houve diferenças significativas na concentração de auto-anticorpos contra membrana basal nos diferentes grupos estudados. Observamos diferenças significativas nos títulos de anticorpos IgM anticardiolipina entre a primeira e segunda amostra, nos pacientes com e sem hemorragia pulmonar (p<0.01 e p=0.04, respectivamente). Aumento significativo nos títulos de anticorpos anti-cardiolipina da classe IgG, bem como na relação IgG/IgM, foi observado apenas nos pacientes com hemorragia pulmonar (p=0.01 e p=0.01). Nós concluímos que o comprometimento pulmonar na leptospirose humana grave ocorre principalmente sob a forma de uma pneumopatia hemorrágica com características peculiares, cujo quadro morfológico difere de outras hemorragias pulmonares. Caracteriza-se pela deposição linear de imunoglobulina (IgM, IgG e IgA) e complemento(C3) na superfície luminal alveolar de pneumócitos I e II e multifocal nos septos alveolares. Associa-se à intensa necrose de pneumócitos I e II, regeneração de pneumócitos II, além de inflamação septal e alveolar |