Escrita e sucesso escolar: um diálogo entre psicanálise e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Souza, Edilene Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11112010-104951/
Resumo: O presente trabalho, inscrito na interseção entre a psicanálise e a educação, investiga aspectos relacionados ao sucesso escolar na aquisição da escrita ocorrido num contexto em que, na visão da comunidade escolar, tudo apontava para o fracasso. Relata como uma trajetória de fracasso pôde ser superada por meio de uma experiência pedagógica significativa para o aluno. Parte dela ocorreu no contexto de uma pesquisa-ação: o Brincando com Palavras, conjunto de atividades proposto pela pesquisadora na tentativa de colaborar com a reversão do quadro de fracasso. Usa como metodologia o estudo de caso, tomando como objeto de análise o percurso do aluno Jackson, o único dos aprovados em uma sala de aceleração na qual vinte e dois alunos que concluíram o Ciclo I do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever, ou fazendo-o de forma precária foram matriculados. No final do ano, contrariando todas as expectativas negativas que havia em torno de sua vida escolar e de sua condição sociocultural, Jackson conseguiu obter sucesso na escola. A dissertação tem por principal objetivo construir uma hipótese explicativa para compreender as causas que levaram Jackson a realizar um trajeto diferenciado em direção à aquisição da escrita. A partir do conceito de metáfora paterna em Lacan, afastamo-nos de uma concepção de aquisição da escrita como uma técnica a ser repassada em contexto escolar. Caminhamos em favor de uma perspectiva segundo a qual o fracasso escolar surge, para o aluno, como consequência da não relação que é estabelecida entre o sujeito e o saber. Concluiu-se que, quando atos educativos vivenciados entre professor e aluno produzem efeitos simbólicos, a transformação de um histórico de fracasso em uma história de sucesso escolar torna-se possível.