Exposição ao mercúrio ambiental na Bacia Amazônica e seus efeitos em Andorinhas- Azuis (Progne subis)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Branco, Jonathan Maycol
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-23032022-115757/
Resumo: Na América do Norte, 29% da abundância de aves foi perdida nas últimas 5 décadas. Essa tendência, entretanto, não é homogênea em todos os grupos de aves e afeta alguns mais do que outros. Os declínios de aves insetívoras são maiores do que a média; e a mesma tendência acontece com as aves migratórias. Não é surpreendente, então, que Progne subis (andorinhas azuis), uma ave insetívora migratória, também tenha sofrido declínios. Embora não seja listada como ameaçada pela IUCN, a população geral de andorinhas azuis vem sofrendo um declínio de 0,8% ao ano nas últimas cinco décadas. Essa taxa, no entanto, varia na extensão da América do Norte e certas regiões têm taxas locais de declínio mais altas. É o caso de andorinhas azuis que ocupam as regiões sul, leste e central dos EUA e leste do Canadá. As andorinhas azuis dessas regiões têm sofrido as maiores taxas de declínio. Uma característica particular das andorinhas azuis que vivem nessas regiões é o fato de todas migrarem para a região amazônica da América do Sul, ao contrário das demais populações que migram para as regiões leste e sudeste da América do Sul. Dentre as muitas razões potenciais para esse declínio, a região amazônica possui altas concentrações de Hg, tanto de ocorrência natural quanto originado da mineração de ouro. Além disso, o rápido aumento de barragens hidrelétricas na região nas últimas cinco décadas promove a lentificação da região, um processo que tem demonstrado reter Hg particulado e permitir a metilação microbiana. O Hg, particularmente na forma metilada, é uma substância altamente tóxica que pode levar a uma série de efeitos potencialmente deletérios em animais. Na pesquisa apresentada no segundo capítulo, verifica-se que nas populações de andorinhas azuis de três estados dos EUA que migram para a Amazônia, a contaminação por mercúrio total (THg) se correlacionou com uma diminuição no índice de gordura e peso da ave, um resultado que pode ter um grande impacto em uma espécie que usa gordura como reserva de energia para a migração. Embora a concentração de THg encontrada nas aves amostradas esteja abaixo dos limites da literatura para impacto severo na saúde e na reprodução, esses resultados sugerem que o crescimento contínuo da lentificação da Amazônia pode levar a uma severa perda de biodiversidade em um futuro próximo.