Educar, catequizar e civilizar a infância: escola paroquial em uma comunidade do sertão da Bahia (1941-1957)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vasconcelos, Tânia Mara Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24112009-144649/
Resumo: Este estudo se propõe a analisar concepções e práticas da Escola Paroquial do Povoado de Serrote, uma pequena comunidade no sertão da Bahia, entre 1941 e 1957; essa escola fazia parte de uma rede de escolas paroquiais fundadas pelo Padre austríaco cisterciense, Alfredo Haasler, no município de Jacobina - BA, que tinha como principal objetivo catequizar a população, contando com o apoio de parte da elite local. A implantação dessas escolas, além da realização de outros trabalhos assistenciais, tornou o referido padre uma figura extremamente conhecida e politicamente importante naquela região, exercendo muitas vezes uma influência maior que a do Estado. A escola paroquial possuía uma estrutura simples, funcionando com uma única classe, no sistema de ensino multisseriado, oferecendo ensino primário gratuito para crianças e adolescentes, oriundas de diferentes condições sociais. As professoras eram todas mulheres e solteiras, estando sujeitas a um rígido controle do comportamento; tendo o seu trabalho associado a uma missão religiosa. Com base em uma pedagogia tradicional, a escola procurava manter a ordem e a disciplina através da utilização de castigos físicos, bem como da distribuição de prêmios aos melhores alunos. A escola paroquial possuía uma sintonia com os valores patrióticos e nacionalistas propagados pelo Estado Novo, mesmo após a sua queda, sendo o civismo, ao lado da religião, um forte componente disciplinador. As festas cívicas e religiosas eram comemoradas com muito empenho, constituindo verdadeiros espetáculos, que envolviam toda a comunidade. A idéia de formar um cidadão católico, civilizado, higienizado e disciplinado, constituía o principal objetivo dessa escola. No entanto, havia resistências a esse sistema, identificadas através do cruzamento das diferentes fontes utilizadas na pesquisa (depoimentos orais, documentos escolares, jornais e fotografias), sendo possível perceber uma distância entre a norma e a prática.