A química e suas interfaces no cenário sociocultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Teruya, Leila Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46136/tde-08022019-133020/
Resumo: Objetivo: Esta tese teve como objetivo geral caracterizar as relações entre cultura e sociedade por meio da transmissão do conhecimento científico na área de química. Método: Foram realizados sete estudos de caso nos quais se analisou a transmissão de conhecimentos em química em diferentes contextos socioculturais. O corpus de informações analisadas incluiu: i. notícias de jornal com referência à química, publicadas entre 2008 e 2012; ii. registros publicados na mídia sobre a celebração do Ano Internacional da Química (AIQ 2011); iii. notícias de jornal com referência à química verde, publicadas em jornais brasileiros e estrangeiros entre 1990 e 2013; iv. acessos ao portal Química Nova Interativa (QNInt) da Sociedade Brasileira de Química entre 2010 e 2012; v. vídeos do YouTube exibindo experimentos de química, publicados entre 2007 e 2015; vi. currículo Lattes dos egressos da pós-graduação do IQUSP entre 1970 e 2014; vii. Prêmios Nobel em Fisiologia ou Medicina (PNFM) e em Química concedidos entre 1901 e 2016. A análise desses conteúdos seguiu abordagens qualitativas e quantitativas. Adicionalmente, os estudos foram examinados segundo um referencial analítico que avaliou cada caso sob três aspectos: i. social; ii. cultural; iii. modos de transmissão do conhecimento. Resultados: Os principais resultados obtidos para cada estudo foram: i. a maior parte das notícias com referência à química não a trata como ciência, sendo muito discreta a representatividade da comunidade de química nos jornais; ii. visões diferentes de química foram identificadas por ocasião do AIQ, refletindo a diversidade de grupos sociais que participaram do evento; iii. a imagem da química verde nos jornais distancia-se da sua abordagem científica e pode sofrer influência do contexto sociocultural; iv. a experimentação em química, nos vídeos do YouTube, é pouco explorada por professores; v. os acessos ao QNInt evidenciam o uso educacional do portal, que contempla o ensino e a divulgação científica a partir de uma publicação científica; vi. o IQUSP foi caracterizado como um polo formador de recursos humanos em química no país; vii. observou-se a consolidação da abordagem molecular da medicina/fisiologia nos PNFM, com o surgimento da bioquímica como campo interdisciplinar. A análise global dos estudos apontou: i. a divulgação científica em química segue um padrão de comunicação predominantemente indireto, com a intermediação de profissionais da comunicação, e pouco engajamento direto da comunidade de química; ii. por meio da difusão científica, os cientistas químicos comunicam-se entre si e com cientistas de outras áreas, contribuindo para o desenvolvimento da ciência, a interdisciplinaridade das pesquisas e a formação de novos cientistas; iii. em plataformas digitais, o ensino de química foi caracterizadocomo descontextualizado, com foco em aspectos teóricos e tratada como disciplina escolar; iv. a contribuição da química para outras ciências é de difícil reconhecimento em contextos que valorizam mais a ciência aplicada. Conclusões: Grupos sociais internos e externos à comunidade de química atuam por diferentes vias para a transmissão da cultura química. Como elemento cultural, entretanto, a química extrapola a concepção científica, o que pode ser observado inclusive no interior da comunidade de química