Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Salgado, Rafael Moysés |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-14122022-100503/
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Resumo: |
A resposta imune frente ao T. cruzi é baseada no desenvolvimento de um perfil de resposta Th1, com alta produção de IFN-ϒ, citocina que possui papel crucial na ativação dos macrófagos, estimulando a produção de óxido nítrico, reativo tóxico para microrganismos intracelulares. A ação do óxido nítrico e seu efeito citotóxico contra o T. cruzi não está completamente esclarecido, mas indica-se que o mesmo seja capaz de interferir diretamente no metabolismo do parasita, como por exemplo, inibindo a atividade da enzima cruzipaína, cuja atividade está diretamente relacionada com a infectividade, virulência, evasão do sistema imune e proliferação intracelular do parasita. Esta cisteína protease induz a clivagem da proteína C5 do sistema complemento, liberando a anafilatoxina C5a, que exercerá seus efeitos pela ligação de alta afinidade com o receptor para C5a (C5aR), altamente expresso em leucócitos, assim como em células endoteliais e epiteliais. A convergência da ação destes receptores (através da detecção de sinais de dano), induz uma forte sinalização pró-inflamatória capaz de modular a imunidade inata e adaptativa frente ao T. cruzi. O papel do C5, como elemento eventualmente envolvido na detecção do dano ocasionado pelo . cruzi nas primeiras semanas de infecção e o eventual impacto deste fator na intensidade e qualidade da resposta imune frente ao T. cruzi foi o alvo deste estudo. Para determinar isso, utilizamos parasitas Y obtidos de repique em camundongos AJ tratados com ciclofosfamida (para impedir a produção de anticorpos) para infecção de camundongos C5 deficientes (C5-) e camundongos C5 suficientes (C5+), a fim de avaliar a participação de C5 na remoção dos parasitas, acompanhamos a parasitemia logo após a infecção e não observamos qualquer diferença na saída dos parasitas da circulação, ambos estando negativos após 2 horas. Seguindo a infecção, observamos a sustentação de uma maior parasitemia durante os primeiros dias de infecção em camundongos C5-, indicando a participação do C5 no controle na carga parasitária. Apesar disso, não encontramos diferença significativa no desenvolvimento da resposta celular e humoral nestes camundongos, apresentando níveis equiparados ou elevados, tanto no número de linfócitos (provavelmente associado a maior carga parasitária) e como na titulação de anticorpos totais e específicos anti T.cruzi, quando comparados aos camundongos C5+. Visando um modelo mais controlado, passamos para a análise in vitro, na qual observamos um menor índice de internalização (3 horas após infecção) e maior proliferação de parasitas (ao final de 48 horas) em macrófagos mantidos em cultura na presença de soro proveniente de camundongos C5-. Coletivamente, nossos resultados indicam a importância do componente C5 na resposta imune contra o parasita Trypanosoma cruzi, mediando processos de internalização, ativação e conferência de proteção ao indivíduo infectado. |