Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Santos, Ana Karina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-04112011-172103/
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Resumo: |
A sensibilidade das crianças aos sinais emitidos por outra em situação de necessidade e mesmo a propensão ao cuidado atestam de forma cada vez mais convincente a natureza intrinsecamente motivada do cuidado espontâneo entre crianças. Este trabalho analisa o comportamento de cuidado entre crianças à luz do contexto sociocultural, das idéias infantis sobre cuidado, das metas de socialização das mães e de comparações interculturais. O estudo foi realizado na creche do povoado rural Bom Jardim, localizado no agreste de Sergipe. Participaram da pesquisa 17 crianças entre 4 e 6 anos, de ambos os sexos, e 27 mães residentes no povoado. Foi utilizado o método de observação focal do comportamento com filmagem em videotape para o registro dos comportamentos de cuidado entre as crianças. As idéias sobre cuidado infantil foram investigadas através da realização de foto-entrevistas e as Foi aplicada uma escala de comparação de metas de socialização nas mães. Os resultados revelaram que o tipo de cuidado entre crianças que teve maior média de ocorrência foi o contato afetuoso, seguido de supervisionar e ajudar. Nas categorias ajudar e contato afetuoso, o cuidado se concentrou entre crianças do mesmo sexo. Os resultados das foto-entrevistas mostraram que a foto escolhida com maior frequência como primeira opção foi a que exibia o contato corporal. As comparações interculturais com dados das crianças da vila rural Nso, em Camarões, e crianças de Osnabrück, na Alemanha, revelaram que as médias de codificação das palavras extraídas das falas das crianças do Bom Jardim durante a entrevista que se referiam ao cuidado primário, contato corporal e estimulação por objeto não apresentaram diferenças significativas. O oposto foi encontrado em relação à estimulação corporal e à interação face a face. A média da pontuação das mães na escala de comparação de metas de socialização indicou que as mães do Bom Jardim valorizam mais as metas de socialização relacionais. A análise comparativa intercultural entre as metas de socialização das mães do Bom Jardim com as de mães de outros contextos culturais - mães da vila rural Nso, Camarões; mães de Berlim, Alemanha; mães de Delhi e Gujarati, Índia revelou que a posição do Bom Jardim para a interdependência apresentou semelhanças em relação aos resultados das mães de Nova Delhi. Houve uma correlação positiva entre o número de pessoas que cuidam da criança e a pontuação para a dimensão de interdependência das metas de socialização das mães. O número de pessoas que cuidam das crianças correlacionou-se positivamente com o total de comportamentos de cuidado observados entre elas na categoria contato afetuoso e supervisionar. A pontuação das metas de socialização das mães correlacionou-se significativamente com a codificação das palavras relacionadas ao contato corporal presentes no discurso das crianças sobre cuidado. Estes resultados indicam que as práticas e valores em relação ao cuidado são passadas de mãe para filho, e reforçadas pelo ambiente cultural em que vivem. O cuidado espontâneo, observado entre as crianças do Bom Jardim, revela aspectos essenciais ligados ao modo vida da comunidade em vivem, confirmando o modo como o desenvolvimento está atrelado ao contexto e refletindo as diferentes estratégias de desenvolvimento contextodependentes |