As espécies da tribo Euglossini (Hymenoptera: Apidae) em diferentes cotas altimétricas em áreas de Mata Atlântica na região norte de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dec, Enderlei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-27112015-113358/
Resumo: Reconhecida pela sua megadiversidade, mas também pelo alto nível de desmatamento e perda de espécies que vem ocorrendo nas últimas décadas, a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta, recebendo a denominação de hotspot mundial. As abelhas exercem papel fundamental para a manutenção da vegetação por meio da polinização e o conhecimento sobre a composição do táxon contribui para ações de conservação. Abelhas da tribo Euglossini podem atuar como bioindicadoras da qualidade ambiental e exercem uma estreita relação com determinadas plantas, principalmente da família Orchidaceae, sendo fundamentais para a perpetuação de muitas espécies desta família. A tribo Euglossini apresenta riqueza de espécies nas florestas tropicais decaindo em direção às latitudes altas. Este estudo propôs investigar e reconhecer a fauna de Euglossini presente na região norte do estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, a partir de coletas mensais em seis localidades, distribuídas ao longo de um gradiente altitudinal entre o nível do mar e 800 metros, nos municípios de Joinville e São Francisco do Sul. Duas localidades são constituídas por morros remanescentes de Mata Atlântica, inseridos na malha urbana de Joinville, com extensões de aproximadamente 390 e 525 hectares. As demais localidades compõem áreas contínuas de floresta na costa litorânea e Serra do Mar. Em cada local houve um dia de coleta por mês nos períodos de setembro/2013 até abril/2014 e de setembro/2014 até abril/2015. As iscas odoríferas disponibilizadas foram: benzoato de benzila, cineol, eugenol e vanilina. Nos últimos seis meses do estudo foi testada uma nova fragrância à base de menta: o mentol. O estudo registrou 794 machos de Euglossini dos gêneros Eufriesea, Euglossa e Eulaema, distribuídos em dez espécies válidas e uma potencialmente nova. As localidades com maiores riquezas foram os remanescentes no Morro do Finder e Morro do Boa Vista, e as maiores diversidades ocorreram na Vila da Glória e Mutucas. As espécies Eufriesea violacea Blanchard 1840, Euglossa annectans Dressler 1982 e Eulaema nigrita Lepeletier, 1841 foram registradas nas seis localidades estudadas. Ef. violacea, Eg. annectans Eg. stellfeldi representaram 91,56% da comunidade amostrada, sendo 66,87% somente da primeira espécie. O cineol atraiu 299 abelhas, o eugenol 190 e vanilina 165, mas em relação à riqueza, os mais atrativos foram o benzoato de benzila, cineol e vanilina, com seis espécies cada. O mentol mostrou eficácia, atraindo 75 abelhas de quatro espécies. A distribuição das abelhas em relação a variação altitudinal demonstrou que as maiores riqueza e abundância ocorreram entre o nível do mar e 200 metros de altitude com diminuição do número de indivíduos e espécies acima desta cota. Interações entre as abelhas e oito espécies de orquídeas foram registradas a partir de polinários aderidos às abelhas. Apesar da ocupação humana no entorno dos fragmentos da área urbana, os Morros do Finder e do Boa Vista apresentaram bom estado de conservação para a comunidade de Euglossini. Novos esforços e utilização de outras metodologias podem enriquecer os dados obtidos contribuindo para uma melhor caracterização ambiental da região. A partir dos dados existentes na literatura sobre a tribo Euglossini em Santa Catarina, nota-se uma riqueza significativa nos municípios de Joinville e São Francisco do Sul.