Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pavez, Thais Regina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-11032016-142501/
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Resumo: |
O objetivo da tese é traçar as relações possíveis entre as formas de pensar e as atitudes, opiniões e posições políticas de jovens moradores da periferia de São Paulo, que se encontravam vinculados ao mercado formal ou estavam à procura de emprego e, ao mesmo tempo, tinham tido um envolvimento direto ou indireto com a criminalidade. A geração que foi objeto do nosso estudo nasceu nos anos 1990 e viveu sua juventude na primeira década dos anos 2000. Esta é a \"geração do desmanche\", marcada pelas condições sócio-históricas de desintegração, nos anos 1980, do projeto nacional-desenvolvimentista, que modernizou, industrializou e urbanizou o país. A partir do \"fim de século\", houve dois movimentos significativos em relação à história dos mais pobres. Por um lado, de exclusão do moderno mercado de consumo no âmbito da retomada da instabilidade material e social que caracterizam historicamente o processo de \"desmanche\" neoliberal. Por outro, de integração à condição proletária no contexto do projeto lulista marcado pela contradição entre progresso e conservação. Com a expansão dos postos de trabalho com registro em carteira, em geral no setor de serviços, que reforçou o contingente de trabalhadores formais e, com a organização dos negócios ilícitos na periferia de São Paulo na primeira década dos anos 2000, acendeu-se o dilema para os jovens entre se envolver no crime ou seguir o caminho do assalariamento. Procurou-se, a partir das associações entre os campos da experiência vivida e o pensamento e as atitudes políticas, chegar ao modo como esses jovens decidiram o voto na eleição presidencial de 2014. Tendo como objeto de estudo o pensamento, trabalhamos com uma tipologia de visões de mundo entranhadas nas suas ações efetivas e que se relacionam de forma contraditória no interior dos sujeitos; o trabalhador e o ladrão. Vimos que o jovem se vê entrecruzado por valorizações antagônicas a respeito da identidade de trabalhador e também contraditórias em relação a sua posição de classe socioeconômica que, desde 2006, com o realinhamento eleitoral, passou a apoiar o projeto lulista. Como buscamos demonstrar, este processo se traduz num sistemas de pressões políticas e eleitorais conflitantes. À luz da teoria das pressões cruzadas, notamos que de modos distintos homens e mulheres teriam se movimentado de forma pendular entre as opções de adesão e desvio do padrão eleitoral do seu grupo social. A dualidade de visão de mundo dos jovens, que expressava uma relação contraditória com a identidade de trabalhador, se refletiu no apoio à candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) quando da aproximação a este polo, enquanto o afastamento se traduziu na sua oposição. |