Para além do imaginário de bebedeiras e baladas: lazer e educação em viagens de formatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Nadini Falcão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-22082022-094328/
Resumo: O imaginário criado acerca das viagens de formatura, remete-nos a histórias de baladas e à maneira desorganizada com que as viagens de formatura parecem ser conduzidas, bem como um exagerado comportamento dos jovens e o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas. Por outro lado, esse comportamento pode ser entendido pelo fato de que essa viagem marca a celebração do final de um ciclo e o início de um novo, a transição do mundo jovem para a vida adulta. A partir disso, surgiu a inquietação por investigar se há um propósito de cunho pedagógico nas viagens e se é verídica essa percepção negativa que se tem sobre as viagens de formatura. Visto isso, o presente trabalho teve como objetivo principal, investigar se para além das festas e diversão, existe ou não, alguma proposta pedagógica inserida através das atividades de lazer realizadas nesse tipo de viagem. Os objetivos específicos se concentraram em: descrever como se dá o processo para realização de uma viagem de formatura; entender como é realizado o processo de formação profissional dos monitores e coordenadores; identificar e analisar a relação lazer e educação no processo de desenvolvimento da viagem. A fim de responder às questões levantadas, foi utilizado o método qualitativo, exploratório e de caráter descritivo, além da combinação da pesquisa bibliográfica, combinada à análise documental, feita através de material disponibilizado pela empresa. Além disso, as técnicas utilizadas para coleta de dados foram: entrevista semiestruturada com o diretor de operações e produtos da empresa pesquisada e a observação simples, realizada nas reuniões de apresentação aos responsáveis. De acordo com os resultados, foi possível perceber que apesar dos esforços da empresa em introduzir passeios e atividades, de fato, não há nenhuma proposta para inserção de atividades de lazer com cunho pedagógico que seja feita de maneira intencional nas viagens de formatura. No que diz respeito ao treinamento dos profissionais, observou-se que não há formação suficiente ligada às questões de lazer e seus conceitos. Portanto, a relação educação e lazer no processo de desenvolvimento da viagem não é levada em consideração por parte da empresa, que se inclina a um foco econômico e comercial. Por isso, sugere-se o aperfeiçoamento do módulo que aborda as questões ligadas ao lazer em seus treinamentos, bem como a atualização dos seus conceitos. Apesar de uma resposta negativa, constatou-se que o fato de que as viagens de formatura podem ser divididas em dois grandes grupos de acordo com o público atendido, que fazem parte de um nicho específico e foram entendidas como um rito de passagem, que marca o encerramento de um ciclo, em que o foco é justamente a comemoração. Portanto, esse imaginário corresponde, sim, à realidade e, desde que ocorra em um ambiente seguro, torna-se um ritual importante para o jovem no processo de socialização, sensação de pertencimento e reconhecimento do seu lugar na sociedade