Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Júnior, João Rodrigues Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60140/tde-27102021-123822/
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Resumo: |
A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune inflamatória crônica, caracterizada por alterações microvasculares e diferentes graus de fibrose da pele e de múltiplos órgãos. Atualmente, o transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TACTH) é o único tratamento capaz de promover remissão clínica de longo prazo em pacientes com ES, sem a necessidade do uso de terapias adicionais. No entanto, os mecanismos imunológicos envolvidos nessa terapia não são ainda completamente compreendidos, incluindo o papel de subpopulações de células B. Nesse contexto, nesse trabalho avaliamos a reconstituição quantitativa e funcional de subpopulações de células B convencionais e reguladoras (Bregs) pacientes com ES tratados com TACTH (n=24). As seguintes subpopulações de células B do sangue periférico foram analisadas por citometria de fluxo, antes e após 30, 60, 120, 180 e 360 dias do TACTH: CD19+IgD+CD27- (naïve), CD19+CD27+IgD+ (memória sem mudança de classe de isotipo), CD19+CD27+IgD- (memória com mudança de classe de isotipo), CD19+IgD-CD27hi (plasmócito), CD19+IgD-CD27- (memória duplo negativa), CD19+CD38-IgD+ (Bm1, naive virgem), CD19+CD38+IgD+ (Bm2, naive ativada), CD19+CD38hiIgD+ (Bm2\', pré centro germinativo), CD19+CD38hiIgD- (Bm3+4, centroblasto+centrócito), CD19+CD38+IgD- (early Bm5, memória recente) e CD19+CD38-IgD- (late Bm5, memória tardia), CD19+PD1+, CD20+CD27+CD43+CD69- (B1), CD19+CD24hiCD38hi (Breg transicional), CD19+CD24hiCD27+ (Breg B10). Após o transplante, os pacientes com ES apresentaram diminuição significativa do escore cutâneo de Rodnan modificado, dos níveis séricos de proteína C reativa e do autoanticorpo anti-Scl70. Seis pacientes apresentaram reativação da doença durante o seguimento pós-transplante. As células B naive foram eliminadas pelo regime de condicionamento e 360 dias pós-transplante apresentaram número absoluto maior que os encontrados no período pré-transplante. O número absoluto de células B de memória diminuiu transientemente, retornando aos valores basais 360 dias após o transplante. Paralelamente, logo após o transplante, observamos aumento da expressão de PD-1 nas células B, aumento transiente dos níveis séricos de BAFF e diminuição transiente dos níveis séricos de APRIL. Pacientes reativados apresentaram aumento de células B PD-1+ logo após o transplante. Observamos um aumento significativo de Bregs transicionais nos pacientes que responderam ao TACTH em comparação com os que reativaram a doença. As Bregs B10 aumentaram a produção de IL-10 de maneira transiente após o TACTH, enquanto que as Bregs transicionais apresentaram um aumento de IL-10 persistente ao longo de todo o seguimento. Corroborando esses achados, a fosforilação das proteínas intracelulares ERK1/2 e p38 MAPK, relacionadas a produção de IL-10 por células B, aumentou após o transplante, enquanto a fosforilação de STAT3 manteve-se inalterada. Além disso, as Bregs transicionais readquiriram a capacidade de suprimir a proliferação de células T CD4+, bem como a produção de TNF-α e IFN-γ por estas células. Por outro lado, a produção de TGF-β por células B maduras diminuiu transientemente, ii enquanto a produção de IL-6 diminuiu de maneira persistente ao longo do seguimento pós-transplante. Observamos também uma modulação da expressão de 13 genes relacionados a resposta inflamatória e autoimunidade 360 dias pós-TACTH, em comparação ao período pré-transplante. Em conjunto, sugerimos todos esses mecanismos atuam sinergicamente no restabelecimento da autotolerância imunológica e diminuição da inflamação e fibrose nos pacientes com ES que respondem satisfatoriamente ao TACTH. Os resultados obtidos nesse trabalho contribuíram para aumentar o conhecimento sobre a reconstituição numérica e funcional do compartimento de células B após o TACTH em pacientes com ES. Este conhecimento poderá futuramente contribuir para melhorias do protocolo clínico de TACTH para ES e outras doenças autoimunes. |