Revisão Taxonômica de Synodus Scopoli, 1777 (Synodontidae, Aulopiformes, Teleostei) do Atlântico Sul Ocidental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fernandes, Nathalie Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30112021-152908/
Resumo: O gênero Synodus inclui 48 espécies válidas de peixes marinhos popularmente conhecidos como peixe-lagarto. A distribuição dos peixes-lagarto é restrita às regiões tropicais e subtropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, onde são frequentemente encontrados em locais com fundos consolidados ou arenosos, inclusive áreas estuarinas. Anteriormente, cinco espécies de Synodus haviam sido registradas no Atlântico Sul ocidental (ASO): S. bondi Fowler, 1939; S. foetens (Linnaeus, 1766); S. intermedius (Agassiz, 1829); S. poeyi Jordan, 1887; e S. synodus (Linnaeus, 1758). O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão do gênero no ASO a fim de caracterizá-las morfologicamente, identificar os padrões de distribuição e propor uma chave de identificação atualizada. Os caracteres morfométricos (34), merísticos (13) e descritivos (sete) foram obtidos a partir de 263 exemplares pertencentes aos principais museus e coleções científicas brasileiras. Alguns exemplares foram diafanizados ou radiografados para descrição osteológica e contagem de vértebras. Seis espécies de Synodus foram confirmadas no ASO: S. bondi, S. foetens, S. intermedius e S. synodus; S. macrostigmus Frable, Luther & Baldwin, 2013 é registrada pela primeira vez; e uma nova espécie é apresentada. Synodus poeyi não foi confirmada na área de estudo. Synodus bondi e S. foetens são bastante semelhantes e frequentemente confundidas; as duas espécies diferenciam-se principalmente pelo número de raios da nadadeira anal (1012 vs. 1214), formato da membrana da narina anterior (afunilada vs. triangular) e formato do focinho (muito pontudo vs. pouco pontudo). Synodus synodus pode ser diferenciada das demais pela presença de uma mancha preta na parte superior do focinho e membrana da narina anterior em formato de colher; está distribuída desde o Golfo do México até o Uruguai, sendo a única espécie registrada nas ilhas oceânicas de Atol das Rocas, e nos arquipélagos de Fernando de Noronha e Vitória-Trindade. Um neótipo para Synodus synodus está sendo proposto afim de fornecer estabilidade ao nome e fixar a localidade tipo. Synodus intermedius possui 36 barras verticais na nadadeira caudal e presença de mancha escapular pequena. Synodus macrostigmus era confundida com S. intermedius, da qual pode ser diferenciada pelo tamanho da membrana da narina anterior (longa vs. curta), mancha escapular grande (vs. pequena) e número de escamas na linha lateral (4548 vs. 4942); a espécie era conhecida do Atlântico Norte ocidental e teve a sua distribuição ampliada até o Rio de Janeiro, no sudeste brasileiro. Uma nova espécie de Synodus pode ser diagnosticada de seus congêneres por possuir o diâmetro da órbita maior que o comprimento do focinho. Ela é conhecida do Norte, Nordeste e parte do Sudeste do Brasil. Uma nova chave de identificação atualizada para as espécies de Synodus que ocorrem no ASO é apresentada.