Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Felipe Ricardo Borges |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18092019-145558/
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Resumo: |
Em nosso estudo, a economia criativa se revela como um processo de crise, então fundamentado pela relação negativa entre trabalho e capital, negatividade preservada pelo fetiche do dinheiro. A abordagem parte dos processos de modernização urbana, estes engendrados a partir do emprego de estratégias próprias ao planejamento urbano estratégico (PUE), que após a crise urbana surgida no início dos anos 1970, realiza-se por meio de diferentes paradigmas urbanos. Neste decênio, observa-se a ascensão do discurso ideológico sobre a cidade criativa no planejamento urbano (PU) brasileiro (SELDIN, 2015), sustentado pelo aclamado paradigma do planejamento criativo estratégico, a partir do qual se pretende promover a ascensão de uma nova classe social: as classes criativas (FLÓRIDA, 2011). Procuramos demonstrar, que a ênfase social sobre processos criativos e inovadores decorre de uma condição inerente a sociedade capitalista, que apresenta como pressuposto a incessante inovação de suas bases constitutivas, processos de destruição criativa (HARVEY, [1989] 2008). O capital, esta forma histórica, é determinado logicamente pelo imperativo da criação e a inovação permanente, relação entre o lógico e histórico que na sociedade capitalista resulta em recorrentes crises de desvalorização e superacumulação (HARVEY, [1989] 2008). As intervenções urbanas ou a expansão da fronteira urbana (COUTO, 2011; SANTOS, 2010) consistem em um dos principais recursos à superação destas crises, que, portanto, procura se resolver a partir da produção do espaço urbano (SANTOS, 2010). Nos anos 2000, a cultura (a cidade cultural) se torna um álibi (SANTOS, 2010) perfeito às intervenções urbanas em grandes metrópoles como São Paulo, promovendo a produção do espaço urbano e a consequente (re)produção ampliada do capital. Contudo, a mudança de paradigma urbano impulsionada pela ideologia da cidade criativa, ao incorporar o antigo modelo de cidade cultural e a ele incluir setores voltados à tecnologia, à informação e ao capital financeiro (produção de bens e serviços criativos e financeiros), não revela uma superação das crises do capital, mas um processo estrutural de crise simulado no movimento de mudança de paradigmas urbanos. A crise do trabalho se apresenta de modo revelador neste processo, diante da falência do Estado enquanto condição da reprodução. Na medida em que esta se amplia e se complexifica, nem mesmo o Estado-nação pode arcar com os custos (com a racionalização do trabalho e dos processos produtivos) exigidos por uma reprodução sem trabalho (KURZ, 2005). |