O conhecimento autorreferido dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família sobre o Sistema de Informação da Atenção Básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Galati, Priscila Mina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-21122011-213251/
Resumo: No Brasil, a reorganização da Atenção Básica (AB) vem sendo realizada por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), constituindo-se como porta de entrada aos serviços de saúde em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Na referida estratégia o enfermeiro desempenha ações assistenciais e gerenciais e para qual o Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) deve ser constituído como ferramenta primordial no processo de trabalho das equipes. Neste contexto, o estudo propôs-se a identificar o conhecimento autorreferido dos enfermeiros da ESF sobre o SIAB e sua utilização. Para tal, realizou-se um estudo descritivo de análise quantitativa. A amostra constitui-se de 39 enfermeiros da ESF pertencentes aos 26 municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS)XIII Ribeirão Preto. No estudo foi identificado, em relação ao perfil dos profissionais que 97% eram do sexo feminino, 57% estavam entre a faixa etária de 20 a 39 anos , 49% possuíam menos de 2 anos nas equipes e 70% não possuíam especialização em saúde da família ou saúde coletiva. O manejo do SIAB era feito por 92 % dos enfermeiros, sendo 64% desses sem treinamento para sua utilização. Quanto ao conhecimento do sistema, foi identificado que 85% dos profissionais conheciam as suas fichas de coleta e consolidado de dados, e 72% referiam analisá-las antes de sua inserção no mesmo. As finalidades do manejo do SIAB pelos enfermeiros focaram-se em 28% para a alimentação mensal dos dados, 17% para as ações de avaliação, 19% para as ações de monitoramento. De forma que 50% dos profissionais consideraramo como instrumento de avaliação e monitoramento. Outro apontamento do estudo foi que 62% das equipes não receberam devolutiva dos gestores em relação aos dados produzidos por elas e quando havia algum retorno era por parte da gestão municipal. A falta de devolutiva dos dados, segundo os profissionais, foi apontada em 33% pela falta de conhecimento dos gestores para as ações de monitoramento e avaliação, e 21% pela vinculação do sistema, apenas, ao incentivo financeiro do governo federal. A falta de devolutiva foi associada por 16% dos profissionais como uma das principais dificuldades em relação ao sistema, seguido de 15% pela falta de equipamentos adequados na área de informática, 14% pela deficiência de indicadores gerados pelo sistema e 13% pela falta de conhecimento em relação ao sistema. Neste estudo, mesmo com as limitações apontadas pelos profissionais em relação ao sistema, identificou-se que o SIAB foi visto como um instrumento importante nas ações de planejamento, monitoramento e avaliação, porém falta-lhes capacitação para que suas potencialidades possam ser exploradas, onde a utilização do sistema na rotina desses profissionais, enquanto ferramenta de trabalho, possa modificar e qualificar as práticas em saúde,sendo considerado um grande desafio para as equipes e gestores municipais. As fragilidades encontradas neste estudo refletem a necessidade de mudanças de práticas assistenciais e gestoras, de forma que estas sejam importantes para a consolidação da ESF enquanto modelo de reorganização do sistema de saúde. Todavia o estudo trouxe a possibilidade de identificar opiniões, atitudes explícitas e conscientes do processo de trabalho dos enfermeiros, levantando dados concretos relacionados à utilização do SIAB, de forma que os resultados refletiram em informações valiosas e poderão ser comparados ao longo do tempo,viabilizando uma visão evolutiva da utilização desse sistema. Conclui-se com o estudo que os enfermeiros são os profissionais diretamente envolvidos com o SIAB, porém falta-lhes a capacitação necessária para explorar suas potencialidades, indicando a educação permanente como fator importante nesse processo; e ao referirem as suas dificuldades com o sistema, apontaram limitações técnicas e gestoras para a concretização de práticas eficientes no cotidiano das equipes de Saúde da Família.