O uso do picolé mentolado no manejo da sede do paciente idoso no pósoperatório imediato: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Conchon, Marilia Ferrari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Ice
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29032019-161418/
Resumo: Os mecanismos fisiológicos de detecção e controle da sede no paciente cirúrgico idoso ocorrem de forma diferenciada do que em adultos e crianças o que justifica o investimento na condução de estudos sobre estratégias que podem proporcionar alívio deste sintoma com o uso de temperatura fria e volume pequeno. O objetivo do estudo foi comparar a intensidade e o desconforto da sede de pacientes idosos que degustaram o picolé mentolado com a sede de pacientes idosos que receberam o cuidado usual, no pós-operatório imediato. Trata-se de ensaio clínico randomizado em paralelo com dois grupos, realizado em sala de recuperação pós-anestésica de hospital público de ensino no sul do Brasil. A amostra foi composta de 50 pacientes idosos em pós-operatório imediato, os quais foram alocados em dois grupos, sendo 25 no grupo controle e 25 no grupo experimental, sem perda de seguimento. Os critérios de inclusão foram: pacientes com idade >= 60 anos; estar em jejum; verbalizar sede e ter sido aprovado na avaliação do Protocolo de Segurança no Manejo da Sede. Os pacientes com restrições à ingesta ou deglutição, bem como os que autorreferiram alergia à menta, foram excluídos. Os pacientes alocados no grupo controle receberam o cuidado usual de rotina da instituição, onde o estudo foi conduzido, que consiste na manutenção do jejum. Já os pacientes alocados no grupo experimental receberam um picolé mentolado de 20 ml. Os desfechos primários de interesse foram a intensidade e o desconforto da sede, sendo que ambos foram avaliados inicialmente (T0) e novamente (T1) após 20 minutos da intervenção ou cuidado usual. A intensidade da sede foi mensurada por meio da Escala Numérica (zero significa nenhuma sede e 10 a maior sede já vivenciada pelo paciente), e o desconforto da sede pela Escala de Desconforto da Sede Perioperatória (pontuação de zero a 14 pontos, sendo zero a ausência de desconforto e 14 corresponde ao desconforto mais intenso relacionado à sede). A mediana da intensidade e do desconforto da sede inicial (T0) foi de 6,0 para os participantes alocados no grupo experimental, e 5,0 para a intensidade e 6,0 para o desconforto da sede para os participantes alocados no grupo controle. Para a comparação das mudanças nos escores da Escala Numérica e da Escala de Desconforto da Sede Perioperatória entre o grupo experimental e o grupo controle (valor final menos valor inicial), o teste de Mann-Whitney foi empregado para diferenças de medianas. Os resultados do ensaio clínico randomizado demonstraram que houve diminuição estatisticamente significante na intensidade (p<0,001) e no desconforto da sede (p<0,001) dos pacientes cirúrgicos idosos, após vinte minutos da degustação do picolé mentolado quando comparados à intensidade e desconforto da sede dos pacientes que receberam o cuidado usual, no pósoperatório imediato. Considerando a escassez de evidências sobre estratégias para manejo da sede do paciente cirúrgico idoso, o picolé mentolado é uma estratégia inovadora e segura, podendo se tornar método de escolha para uso na prática clínica