Preditores prognósticos no longo prazo após valvuloplastia mitral percutânea em pacientes com estenose valvar mitral reumática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moreno, Rafael Alexandre Meneguz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-19042022-152115/
Resumo: Nesta dissertação foram avaliados os resultados e preditores prognósticos no longo prazo após valvuloplastia mitral percutânea por balão (VMPB), tratamento preferido para pacientes com estenose mitral reumática sintomática grave e anatomia adequada. Todos os pacientes consecutivos com valva mitral sem intervenção prévia que foram submetidos à VMPB com sucesso entre 1987 e 2010 foram incluídos. O desfecho primário foi o combinado de mortalidade por todas as causas, necessidade de cirurgia de troca valvar mitral ou redilatação até 24 anos. Considerando os 1.582 pacientes consecutivos submetidos a VMPB, o sucesso imediato foi alcançado em 90,9% (1.438 pacientes). Os preditores independentes de sucesso imediato incluíram o menor tamanho do átrio esquerdo [OR (Razão dos riscos): 0,96; IC (intervalo de confiança) de 95%: 0,93-0,99; p = 0,045)], Wilkins-score 8 (OR: 1,66; IC 95%: 0,48-0,93; p = 0,02), menor idade (OR: 0,97; IC 95%: 0,96-0,99; p = 0,006) e menor gradiente transmitral médio pré-procedimento (OR: 0,93; IC 95%: 0,86-0,96; p = 0,009). A acompanhamento de longo prazo (mediana de 8,3 anos; média de 15,6 anos) foi obtido em 79,1% dos casos de sucesso. A incidência do desfecho primário foi de 19,1% (IC 95%: 17,0%-21,1%). As taxas de mortalidade geral, necessidade de cirurgia valvar mitral ou nova VMPB foram de 0,6% (IC 95%: 0,3%-1,2%), 8,3% (IC 95%: 7,0%-9,9%) e 10,0% (95% IC: 8,5%-11,7%), respectivamente. Na análise multivariada, classe funcional New York Heart Association III ou IV [RR (risco relativo): 1,62; IC 95%: 1,26-2,09; p < 0,001); maior idade (RR: 0,97; IC 95%: 0,96-0,98; p = 0,028)] e área valvar mitral 1,75 cm2 após o procedimento (RR: 1,67; IC 95%: 1,28-2,11; p = 0,028) foram preditores independentes do desfecho primário. A incidência acumulada de reestenose no longo dos 24 anos foi de aproximadamente 26%. Em conclusão, no seguimento no muito longo prazo, mais de 75% dos pacientes apresentaram manutenção de bons resultados. A previsão de resultados favoráveis tardios é multifatorial e fortemente determinada pela idade, gravidades dos sintomas prévios e área valvar mitral pós-procedimento.