Programa de transplante de fígado: estrutura, processo e resultados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pedersoli, Tatiane Aparecida Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-31072018-132004/
Resumo: Esse estudo de caso teve como objetivo analisar a estrutura, o processo de trabalho e os resultados do Programa de Transplante de Fígado de um hospital universitário do interior paulista, em 2017. Foram analisados 325 prontuários de pacientes submetidos ao transplante de fígado no período de abril de 2001 a junho de 2016. Elegeu-se as variáveis sociodemográficas, clínicas, de tratamento, de estrutura, de processo e de resultados. Para a coleta de dados foram utilizados três formulários e um diário de campo. Para a análise dos dados quantitativos e qualitativos utilizou-se a abordagem de Avaliação em Saúde proposta por Donabedian (1980), a Resolução de Diretoria Colegiada º 50/2002 e a Portaria º 356/2014. Para o cálculo da sobrevida do paciente utilizou-se o método de Kaplan-Meyer e o Modelo de Regressão de Cox. Para o cálculo da sobrevida do enxerto utilizou-se o método de Kaplan-Meyer e o modelo de Regressão de Riscos Competitivos. Os resultados mostraram que a maioria dos pacientes era homens, adultos de meia idade, com comorbidades prévia, doença hepática moderada ou grave, complicações imediatas e tardias com baixa probabilidade de sobrevida. Quanto a estrutura o Programa atendeu em parte as recomendações para os componentes da estrutura organizacional-física (58,3%), organizacional de recursos humanos (55,6%), estrutural-física para funcionários e alunos (60,0%) e estrutural-física do ambulatório (50,0%). Em relação ao processo de atendimento identificou-se lacunas de documentos e ou diretrizes que norteiam a equipe de saúde no processo de trabalho. No que se refere aos indicadores de resultados, o número de transplantes sofreu alteração devido a fatores extrínsecos e intrínsecos. A maioria dos pacientes permaneceu em lista de espera por até 12 meses. Os pacientes encontravam-se em gravidade moderada a alta e probabilidade de mortalidade de 76%. O tempo de isquemia fria variou de 240 a 970 minutos, média de 499 (±112,0) minutos. A sobrevida do paciente após um, três e cinco anos de transplante foi de 66,4%, 60,4% e 56,5%, respectivamente, e a incidência acumulada para perda do enxerto foi da ordem de 10%. A maioria dos pacientes foi internada ao menos uma vez no primeiro ano após o transplante e os motivos principais foram relacionados a terapia de imunossupressão e as complicações cirúrgicas. Mais da metade (53,6%) dos pacientes estavam em seguimento ambulatorial no Programa e 43,7% evoluíram à óbito. O óbito foi relacionado, em sua maioria, ao choque séptico ou hipovolêmico. Conclui-se que os indicadores encontrados no presente estudo estão, em parte, de acordo com a legislação vigente sobre um Programa de Transplante de Fígado e que os indicadores de resultados precisam ser repensados para o fortalecimento e a consolidação do Programa no hospital estudado