Dissolução da Unilabor: crise e falência de uma  autogestão operária - São Paulo, 1963 - 1967

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Claro, Mauro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-04032013-103923/
Resumo: Este estudo busca trazer elementos para explicar a crise que dissolveu a Unilabor, uma experiência autogestionária operária única a seu tempo, em São Paulo, através da análise da documentação interna da empresa, das informações prestadas por alguns dos participantes, entrevistados, e pelo recurso à hipótese de prevalência de uma racionalidade instrumental, a certa altura dos acontecimentos, em lugar da racionalidade substantiva pressuposta nos fundamentos da comunidade. Os elementos para a formulação e exame dessa hipótese provêm das teorias marxistas do trabalho, conforme reformuladas e atualizadas por autores como Robert Kurz, Roberto Schwarz, Moishe Postone, Jürgen Habermas, André Gorz e Ricardo Antunes, os quais, mesmo não uniformemente, apontam os elementos atuais de uma crise da categoria \'trabalho\' como elemento central da formação da riqueza. Também os conceitos de comunidade, solidariedade, esperança e amizade, conforme expostos e analisados por Giorgio Agamben e Terry Eagleton, servirão para problematizar as conclusões do trabalho. O aspecto estético, consubstanciado no desenho industrial utilizado nos móveis produzidos pela Unilabor, aparece como fundamento secundário da hipótese de insuficiência substantiva apresentada, pois pretendeu ser fator pedagógico, portanto de aprendizado de ofício, para os operários envolvidos na autogestão. Tal programa estético, tanto quanto a solidariedade, a amizade e a racionalidade substantiva, também mostrou-se insuficiente para a manutenção dos laços comunitários.