O depósito de cobre AQW2, região do Aquiri, Província Mineral de Carajás, Pará: timing da mineralização IOCG e história evolutiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mabub, Rodrigo Oliveira de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-16012024-135147/
Resumo: O depósito AQW2 localiza-se na área de Aquiri, na porção oeste da Província Mineral de Carajás. É hospedado pela sequência vulcano-sedimentar atribuída ao Grupo Aquiri, coeva ao Supergrupo Itacaiúnas (ca. 2,73 a 2,76 Ga) e por extensos corpos gabroicos. Estas unidades têm geometria sigmoidal e estão em contato tectônico com gnaisses mesoarqueanos e granitoides. A mineralização de cobre-ouro do depósito AQW2 foi controlada por uma zona de cisalhamento rúptil-dúctil anastomosada, com direção E-W preferencial, alojada ao longo da tendência principal NW-SE. A evolução da alteração hidrotermais foi acompanhada pelo desenvolvimento de foliação milonítica e múltiplos estágios de brechação associados à sobrepressão de fluidos canalizados na zona de falha. As brechas hidrotermais, por sua vez, apresentam fragmentos orientados e achatados em uma matriz hidrotermal formada durante os estágios de alteração hidrotermal sódica-potássica (Na-K), potássico-cálcico-férrica (K-Ca-Fe) e férrica (Fe-P) e sódica (Na). A alteração precoce (K)-Ca-Fe foi formada em 2701 ± 50 Ma, conforme indicado por datação LA-ICP-MS U-Pb da apatita (I). O principal estágio de mineralização do cobre foi associado a um forte metassomatismo de Fe-(P), resultando em brechas ricas em magnetita-(apatita). O estágio de mineralização mais significativo ocorre preferencialmente nas zonas mais deformadas geralmente com magnetita associada, na matriz de brechas hidrotermais e ao longo da foliação. Calcopirita e bornita subordinadas associam-se com allanita, monazita, torita, parisita, curita, magnetita e apatita. A assinatura geoquímica do minério mostra a associação típica de Fe-Cu-Au-ETRL-P-U observada em depósitos IOCG. O timing do estágio principal de mineralização no depósito AQW2 é limitado pelas idades U-Pb concordantes de apatita (II) e (III) em 2591 ±65 Ma (MSWD = 1,6) e 2527 ±27 Ma (MSWD = 1,1), respectivamente. Essas idades relacionam o principal evento metalogenético do depósito AQW2 com aqueles também registrados nos depósitos IOCG do Cinturão Norte do Cobre na Província de Carajás. Elementos traços em apatita (I) a (III) indicam diminuição dos conteúdos de LREE e aumento das razões Sr/Y, sugerindo mecanismos de dissolução-precipitação durante a precipitação do minério. A alteração sódica foi principalmente distal à principal zona de mineralização Cu-Au, resultando em lixiviação de metais dos gabros e formação de albititos rosados. Uma idade U-Pb obtida em titanita pelo método LA-ICP-MS de 2502 ±14 Ma (MSWD = 1.3) restringe o timing de alteração sódica. Fluidos ricos em Cl-Fe provavelmente exsolvidos de magmas máficos podem estar relacionados à evolução hidrotermal no depósito AQW2. O evento hidrotermal mais tardio associados a estruturas rúpteis responsável pela alteração cálcica e mineralização tardia de cobre foi formado no Paleoproterozoico, como indicado por idade U-Pb na apatita tardia (IV) (2295 ±65 Ma). O conjunto de dados obtido para o depósito AQW2 revela uma longa evolução intimamente ligada aos eventos hidrotermais registrados no Cinturão de Cobre do Norte, como parte do sistema IOCG de larga escala na Província Mineral de Carajás.