Tabagismo: avaliação da associação com experiências adversas na infância e polimorfismo genético em uma comunidade universitária brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Keyla Medeiros Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-08072021-112503/
Resumo: Tabagismo foi responsável por 8,1 milhões (11,5%) dos óbitos globais em 2017. Estudos demostram que a família pode ser um fator de risco ou de proteção associada a dependência à nicotina. Por outro lado, tem sido cada vez mais abordado o papel do perfil genético envolvido na drogadição. Objetivo: avaliar associação entre tabagismo, experiências adversas na infância (ACE) e polimorfismo genético, em uma comunidade universitária brasileira. Métodos: Estudo caso-controle, com amostra aleatória formada por alunos e funcionários de uma universidade brasileira. Dois grupos, fumantes e não fumantes, 551 participantes em cada grupo. Foram aplicados questionários sobre dados sociodemográficos, dependência à nicotina e quanto às experiências adversas na infância, e coletado sangue para estudo genético, através do Genoma Wide Association Studies (GWAS). Os polimorfismos da pesquisa foram selecionados de duas formas: a) a partir da análise de associação pelo GWAS; b) a partir da revisão de literatura. Esses últimos foram submetidos as análises univariada, multivariada e de interação com as escalas de experiências adversas na infância. Resultados: a) análise multivariada mostrou associação do tabagismo com variáveis sociodemográficas, quanto às experiências adversas na infância e polimorfismos: a1) ter religião como fator de proteção; a2) ser aluno universitário como fator de risco; a3) possuir relacionamento disfuncional com o pai e/ou com a mãe como fator de risco; a4) conviver com pai e/ou com a mãe usuários de substância psicoativa (SPA) como fator de risco; a5) ser portador do genótipo rs2947411:GA como fator de proteção; a6) ser portador do genótipo rs35438712:TT como fator de proteção; a7) ser portador do genótipo rs4532:CC como fator de risco; b) análise de associação pelo GWAS sugeriu associação do tabagismo com polimorfismos: b1) rs1403454; b2) rs12680491; b3) rs138826204; b4) rs138444739; b5) rs261871; b6) rs10129927; b7) rs113043828; b8) rs; rs20069527; c) análise de interação entre polimorfismos e variáveis ACE, tanto resultando em proteção, quanto em risco para o tabagismo, entre as quais destacamos: portadores do polimorfismo rs1937455-GA, que conviveram com mães usuárias de SPA, chance OR=0,44, (IC95%=0,20-0,94); portadores do polimorfismo rs1514175-GA, vítimas de abuso sexual, chance OR=2,52, (IC95%=1,09-5,79); portadores do polimorfismo rs12616219-AC e que vivenciaram disfunção no relacionamento paterno, chance OR=2,78, (IC95%=1,36-5,67); portadores do polimorfismo rs6724928-CC e que vivenciaram abuso físico paterno, chance OR=0,49, (IC95%=0,02-0,95); portadores do polimorfismo rs4423615-AA que vivenciaram disfunção no relacionamento com a mãe, chance OR=6,25, (IC95%=1,14-34,15); portadores do polimorfismo rs4423615-AG que passaram pela experiência de negligência física, chance OR=14,81, (IC95%=2,84-77,29); portadores polimorfismo rs35438712-CC que vivenciaram abuso físico paterno, chance OR=7,39, (IC95%=1,39-39,4). Conclusão: Os achados da nossa pesquisa confirmam a multifatorialidade do tabagismo, através da associação com experiências adversas na infância e polimorfismos genéticos, não só como fatores independentes, mas também em interação, tanto aumentando, quanto reduzindo o risco de tabagismo. Contribui também com evidências de associação de novos polimorfismos com o tabagismo.