O medo da energia nuclear - Energia nuclear, segurança e medo: o discurso do Jornal Folha de São Paulo na história das usinas nucleares (1979-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Kamioji, Marly Iyo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-27122021-182325/
Resumo: Após 60 anos das primeiras instalações de usinas nucleares no mundo, notamos que ainda há um medo e resistência na aceitação de reatores nucleares para eletricidade, apesar do desenvolvimento na segurança. Partimos da hipótese que a explicação para esse medo não deve estar localizada dentro do escopo da técnica, mas sim na história da política, comunicação e mani-pulação de massas. O objeto deste estudo foi a cobertura do jornal Folha de São Paulo sobre a energia nuclear por fissão para geração de eletricidade. O objetivo da pesquisa foi entender a existência de um medo irracional na população da energia nuclear a despeito da disponibilidade dos meios técnicos de segurança e um modelo bem-sucedido de gestão de segurança de reatores nucleares. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo de discursos sobre a energia nuclear veiculados pelas empresas de mídia impressa no período de 1979 a 2013, que cobre desde o acidente nuclear de Three Mile Island (TMI), passando pelo de Tchernobil, até o de Fukushima. As fontes primárias são as notícias sobre energia nuclear contidas no arquivo do jornal Folha de São Paulo desse período, complementadas vez por outra com a revista Veja e a TV Record. O jornal Folha de São Paulo como empresa e indústria de produção cultural se posicionou contra e energia nuclear nos dois primeiros períodos pesquisados, de 1979 a 2006, fazendo coro às ideias das campanhas contra a energia nuclear de ambientalistas e de um pequeno grupo de cientistas. Esses oponentes, baseados em ideologias malthusianas, exigiam que o investimento fosse feito em outras áreas. O jornal se posicionou politicamente contra essa tecnologia que poderia ter sido benéfica para a nossa economia e o nosso bem estar geral.